Brasil segue concentrando renda, diz pesquisa
Vinícius Mansur,
da Radioagência NP
A renda média das classes A e B no Brasil cresceu mais 7 % em relação ao ano passado. A classe C registrou acréscimos de 4%, enquanto para as classes D e E o aumento foi de 2%. Estas informações constam na pesquisa realizada pelo Instituto LatinPanel.
As classes A e B – aqueles que recebem acima de R$ 3,8 mil – tiveram acréscimos na renda, movidos principalmente, pelos altos rendimentos das aplicações financeiras, que cresceram 216% este ano.
Para o economista e consultor do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Guilherme Delgado, a pesquisa comprova que a economia brasileira continua concentrando renda. Mas Delgado também aponta uma precarização da classe média.
“Há um perfil de distribuição de renda em que você consegue proteger, os titulares de salário mínimo e os que estão muito ricos. Mas abaixo do salário mínimo e acima do salário mínimo, você tem um grau de desproteção grande, porque não há nenhuma garantia vinculada a contratos ou a direitos.”
Segundo Delgado, na base da pirâmide social o Bolsa Família está funcionando. Para os que estão um pouco acima, existem os direitos vinculados ao salário mínimo, como a previdência e a assistência social, que distribuem para estes setores milhões de reais mensalmente. Já os setores que compõe a classe média têm seus rendimentos ajustados de acordo com razões próprias do mercado, e não por critérios de proteção da política social.
A taxa de crescimento de renda da média geral da população foi de 5%.