Cimi recebe prêmio de direitos humanos na Alemanha
O Conselho Indigenista recebeu, no último sábado (14/11), o prêmio Victor Gollancz, da entidade alemã Associação para Povos Ameaçados (GfbV). A organização de Direitos Humanos Memorial da Rússia também foi premiada.
“Apesar dos riscos de vida, tanto os membros de Memorial quanto do CIMI enfrentam a arbitrariedade do Estado e os poderosos interesses econômicos, mesmo se muitas vezes são deixados sozinhos pelos parlamentos e governos dos estados democráticos”. Assim homenageou o presidente da GfbV, Tilman Zülch, o engajamento do defensores dos Direitos Humanos das duas entidades.
O CIMI recebeu o prêmio pelo trabalho em prol dos povos indígenas, desde 1972. Zülch explica a motivação: “Conhecemos o trabalho do CIMI há décadas. A documentação meticulosa da situação dos direitos humanos do povos indígenas do Brasil, a luta corajosa para esses direitos, e o engajamento pessoal, muitas vezes com risco para a própria vida, têm nos impressionado sempre e incentivado para agir também.”
Ele destacou ainda que o CIMI, desde sua fundação, tem tratado os indígenas como capazes e iguais “defendendo de forma consequente os mais vulneráveis da sociedade brasileira”.
“No Brasil, os interesses econômicos e políticos continuam triunfando sobre os direitos humanos e os direitos indígenas”, comentou o secretário executivo do CIMI, Eden Magalhães, no seu agradecimento. “Isto explica por que o nosso país seja um dos países com maior desigualdade social”, informou.
O prêmio Victor Gollancz
O prêmio leva o nome de Victor Gollancz, um grande defensor dos direitos humanos.Ele documentou a violência e as violações praticadas pelos nazistas, denunciando sua política de exclusão e extermínio. Desde o ano 2000 foram homenageados com o prêmio: as Mães de Srebrenizca na Bosnia, as Mulheres do Vale de Barzan, no Iraque, o ativista de direitos humanos russo Sergej kowaljow, e doutora Halima Bashir, de Darfur.