Assentados conquistam agroindústria em Santa Catarina
Da Página do Incra
O presidente do Incra, Rolf Hackbart e o superintendente da autarquia no estado, João Paulo Strapazzon, inauguraram no sábado uma agroindústria de beneficiamento de alimentos da Cooperativa Regional Agropecuária Terra Livre (Coopertel), no município de Ponte Alta.
Formada por agricultores assentados de nove municípios da região, a Coopertel vai beneficiar na unidade principalmente subprodutos derivados da moranga e da abóbora, como sementes caramelizadas, purê de moranga e farinha. São produtos inovadores no mercado, desenvolvidos a partir de uma parceria com a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e que possuem elevado valor nutricional.
No total, foram investidos R$ 2 milhões para a construção da fábrica, a maior parte dos recursos, R$ 1,3 milhões, aplicados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). É o primeiro repasse dessa instituição financeira para um empreendimento da reforma agrária. “Os assentamentos combinam muito bem competitividade econômica e sustentabilidade ambiental, por isso a reforma agrária é uma política estratégia de desenvolvimento do país”, destaca Hackbart.
Com mais essa unidade, Santa Catarina soma 11 agroindústrias, que produzem e desenvolvem atvidades econômicas em diversas modalidades, como laticínios, aves, peixe, farinha de mandioca e hortifruti. Num primeiro momento, a nova fábrica da reforma agrária deve beneficiar cerca de 100 famílias de assentados dos municípios de Campo Belo do Sul, Campos Novos, Correia Pinto, Curitibanos, Frei Rogério, Monte Carlo, Ponte Alta, Santa Cecília e Vargem, além de agricultores familiares da região.
A expectativa da Coopertel é que na próxima safra sejam processadas mais de 500 toneladas de moranga e abóbora. “Agregar valor à produção dos assentados é essencial para que criar condições econômicas que melhorem a qualidade de vida desses agricultores”, ressalta João Paulo Strapazzon, superintendente do Incra em Santa Catarina.
A fábrica foi construída numa área de 10 mil metros quadrados, às margens da BR-116, em terreno cedido pela Prefeitura Municipal de Ponte Alta. A implantação da unidade faz parte de um projeto mais amplo do Incra no estado, o Programa de Desenvolvimento Sustentável Integrado (PDSI), que vem sendo executado nos assentamentos das regiões Planalto Central, Norte e Litoral de Santa Catarina com o objetivo de criar novas opções produtivas e de renda para os agricultores beneficiados pela reforma agrária. O projeto é fruto também do Programa de Desenvolvimento Rural Sustentável (DRS), desenvolvido pelo Banco do Brasil.
Além de beneficiar moranga e abóbora, a agroindústria foi projetada para também manufaturar outros produtos na entressafra dessas matérias-primas. Dessa forma, para não deixar o parque ocioso, no fim da safra de abóbora e moranga, serão produzidas conservas de pepino, beterraba, cebola e doces de frutas diversas. A expectativa é ampliar o número de agricultores associados, passando dos atuais 104 para pelo menos 600 no período de cinco anos.