Ato no Incra de MG marca formatura de turma de Pedagogia

 

 

Por Mary Cardoso
Da Página do MST

Na manhã de ontem (8/2), a turma do curso de Pedagogia de Terra de Minas Gerais realizou um ato publico no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) de Belo Horizonte, para reivindicar maior incentivo a políticas públicas voltadas para a Educação do Campo.

A ação marca a formatura da turma, que será realizada na próxima semana, dia 19/2. Há cinco anos os trabalhadores e trabalhadoras do campo ocuparam um espaço que é público, mas que historicamente é ocupado por uma seleta minoria em nossa sociedade: a universidade. Vários outros cursos de Licenciatura em Educação do Campo surgiram neste período.

Estamos formando educadores e educadoras para atender as demandas das escolas do campo e fortalecer um projeto de educação que valorize os camponeses e reafirme a necessidade de um projeto de sociedade mais justa para todos os povos. Como conta Marta Helena, integrante da coordenação estadual do MST, há 11 anos o Movimento ocupou a mesma sede do Incra para reivindicar o Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera). “Hoje, colhemos os frutos desta luta”, afirma. Porém, Marta aponta que ainda é necessário continuar em luta para garantir a continuidade do programa.

O ato foi um momento político de comemoração desta importante conquista da classe trabalhadora e também de reivindicações de políticas públicas que garantam a continuidade de cursos e do próprio Pronera e, além disso, o direito desses educadores de ocuparem as escolas do campo pelas vias legais. Segundo Maria Isabel Antunes, coordenadora do curso pela UFMG, a grande luta hoje é a afirmação do Pronera para que não caia num vazio sem continuidade e que não sejam ceifados outros projetos como este.

Ela coloca ainda que o programa é fundamental para a existência dos cursos de pedagogia, e que o Incra precisa fortalecer este projeto, pois ele é o grande responsável pela sua continuidade. “A maior lição que podemos tirar é a parceria entre os movimentos sociais, a universidade e o Incra. Trata-se de um sujeito coletivo, nós não vamos conseguir fazer uma educação do campo sem a participação do sujeito coletivo”, reflete. A professora Rosely Augusto, representante da Comissão Pastoral da Terra (CPT), também esteve presente e entregou ao Incra uma carta da Rede Mineira de Educação do Campo, com o repudio ao Tribunal de Contas da União (TCU) e o acórdão (TCU 2653/2008) que impedem os movimentos sociais de participarem ativamente da construção e parceria nos cursos com as universidades.