Criador do Ocupe Wall Street vê no MST um movimento de referência


 

Por Luiz Felipe Albuquerque
Da Página do MST


 

Por Luiz Felipe Albuquerque
Da Página do MST

Um dos criadores do movimento Ocupe Wall Street, Stephen Lerner, visitou a Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF) nesta terça-feira (27), e aproveitou para fazer uma palestra aos estudantes de um curso que está sendo realizado na escola.

Ao longo de sua fala, Lerner apresentou e contextualizou o movimento norte americano que ficou famoso por contestar o sistema financeiro. Colocou que o motor indutor das mobilizações veio com a crise pela qual passa os EUA, em que milhares de famílias foram desalojadas de suas casas para que os bancos pudessem ser salvos.

Tal cenário trouxe consigo, segundo o ativista, um endividamento na casa dos trilhões de dólares às famílias norte americanas, e permitiu que o povo dos EUA enxergassem com maior nitidez as contradições envoltas a esse atual modelo político que somente representa as grandes corporações.

Lerner destacou o fato do MST não apenas servir como referência enquanto um movimento organizado, mas que, inclusive, o método utilizado pelo Ocupe Wall Street teve como base a própria forma de luta dos Sem Terra, ao atacarem, por meio da ocupação, o inimigo central. No caso dos norte americanos, o simbologia ficou por conta da rua que melhor representa o sistema financeiro no mundo: Wall Street.

Nesse sentido, o ativista apontou para a possibilidade e intenção de articulação entre os movimentos, tendo como fundamento as experiências do MST em seu processo de organização, formação e mobilização.

Perspectivas

Para que o processo de luta continue sendo alimentado, o trabalho de mobilização e formação de militantes está sendo uma das ofensivas do Ocupe Wall Street e cumpre um papel essencial, sobretudo por se tratar de uma mobilização em que há uma heterogeneidade muito grande entre os atores sociais, bem como diz Lerner.

Deste modo, coloca como forma de luta a resistência das famílias que perderam suas casas mais as que estão para ser desalojadas, somando-se com o restante da sociedade que se encontram endividados com os bancos.

Aponta que a saída para a resolução dos problemas da sociedade americana é a luta coletiva, por meio de alianças com diversos setores da sociedade, dentre eles os sindicatos. 

Quem é 

Stephen Lerner, de 54 anos, atua há três décadas na organização de movimentos de trabalhadores na luta por remuneração, condições de trabalho e qualidade de vida. Na década de 1980, entrou para uma entidade que integra a UNI Sindicato Global, que reúne 900 organizações trabalhistas em todo o mundo, agregando 20 milhões de pessoas. Hoje, é membro do conselho executivo do Sindicato Internacional dos Trabalhadores no Setor de Serviços (SEIU).

A partir de 2008 – em meio ao avanço da crise internacional -, Lerner iniciou uma campanha contra as ações dos bancos que procuravam se salvar sem ajudar a população, o que se constituiu, posteriormente, no movimento que levou o nome de Ocupe Wall Street.