Por que a tecnologia não chega no campo?
Computadores, celulares, câmeras fotográficas, projetores de filmes, filmadoras, videogames e televisores de última geração... Os jovens do campo querem ter acesso a essas tecnologias.
A televisão, novelas e filmes diariamente fazem propaganda das novas tecnologias. Esse é um dos motivos que leva boa parte da juventude que vive no campo a querer mudar para as cidades.
Computadores, celulares, câmeras fotográficas, projetores de filmes, filmadoras, videogames e televisores de última geração… Os jovens do campo querem ter acesso a essas tecnologias.
A televisão, novelas e filmes diariamente fazem propaganda das novas tecnologias. Esse é um dos motivos que leva boa parte da juventude que vive no campo a querer mudar para as cidades.
Mas será que os jovens do campo precisam ir até a cidade para ter acesso a tudo isso? Não seria melhor que todas as pessoas que vivem no campo e na cidade tivessem as mesmas condições de acesso à tecnologia?
A vida no campo não é melhor nem pior que na cidade. Na cidade, as pessoas trabalham muito, têm pouco tempo livre e o salário é pouco. Você deve conhecer alguém que mudou do campo para a cidade, pergunte se lá não tem problemas?
E a tecnologia, você sabe como ela é produzida? A tecnologia não foi criada pelas empresas, é fruto do trabalho humano desenvolvido ao longo da história para melhorar a humanidade.
Desde os satélites no espaço sideral ao chip dos celulares, carros, tratores, maquinários agrícolas, etc; o trabalho de homens e mulheres está presente em tudo.
Na sociedade capitalista as empresas transformaram a tecnologia em um produto de consumo. Assim, os trabalhadores pobres do campo e da cidade, que não têm dinheiro para comprá-las, não têm acesso às mesmas. Aumentado as diferenças entre ricos e trabalhadores. Por você acha que isso acontece?
Uma família que mora nas periferias urbanas não consegue pagar 100 reais por mês para um pacote de internet. Sem contar que antes precisa comprar um computador, que está ficando mais barato, mas depois de um ano já está velho e travando…
É impossível discutir o acesso às novas tecnologias da informação sem a democratização da internet. A universalização da internet banda larga – pública, gratuita e de qualidade – é fundamental para permitir aos assentados essa ferramenta.
A proposta do governo federal é implantar um Plano Nacional de Banda Larga (PNBL).
O plano foi criado em 2010 e promete a instalação de telecentros com internet nos assentamentos e acampamentos de Reforma Agrária.
Mas até agora quase nada saiu do papel. Por que será que até hoje os governos não instalaram o que prometeram?
Precisamos cobrar do governo federal a garantia desse acesso à internet nos assentamentos. Todos queremos celular, computador e internet para nos comunicar com o mundo. Mas por que não montar uma rádio comunitária no assentamento?
No assentamento, uma rádio pode ser um instrumento importante para os camponeses comunicarem-se entre si e com quem vive na cidade, fortalecer a cultura camponesa, além de ajudar na organização de quem vive no campo.
A Lei de rádios comunitárias está fora da realidade do meio rural hoje no Brasil, pois essas rádios só podem atingir o raio de 1 km e ter um transmissor com potência máxima de 25 watts. Quando instalada nos assentamentos, esse modelo de rádio não consegue atingir as famílias da maioria assentadas, que vivem em lotes, distantes.
Da mesma forma que lutamos pela terra e por Reforma Agrária, também é importante criar tecnologias alternativas e outros mecanismos para montar rádios comunitárias e lutar pelo acesso às novas tecnologias da informação, como a internet.
Para isso, também precisamos de políticas públicas que democratizem a comunicação no campo e na cidade.
Somente com luta e organização essas transformações serão possíveis. Em vez de mudar para a cidade, vamos nos organizar e fazer do campo um lugar bom de viver, com acesso à comunicação, às novas tecnologias da informação, à cultura, lazer, esporte, educação etc.
A juventude Sem Terra tem papel fundamental nessa batalha. E você, o que acha? Pronto para a luta?