No Rio, primeiro dia de Feira termina com samba, maracatu e funk carioca
Por Alan Tygel
Da Página do MST
O primeiro dia da 4° Feira Estadual da Reforma Agrária Cícero Guedes terminou ao som dos blocos Samba Brilha, Olokum e Apafunk, nesta segunda-feira (9).
Por Alan Tygel
Da Página do MST
O primeiro dia da 4° Feira Estadual da Reforma Agrária Cícero Guedes terminou ao som dos blocos Samba Brilha, Olokum e Apafunk, nesta segunda-feira (9).
Desde as 7h, agricultoras e agricultores de assentamentos de todo o estado do Rio de Janeiro venderam seus produtos no Largo da Carioca, no centro da cidade, mostrando à sociedade os frutos da Reforma Agrária.
Acompanhe a rádio oficial da feira
A movimentação começou lenta pela manhã. O público parecia ainda estar de ressaca pela última rodada do Campeonato Brasileiro, em que dois times do Rio foram rebaixados.
No entanto, mais para a hora do almoço, os trabalhadores desceram dos prédios e a feira ficou lotada. Algumas barracas venderam todos os seus produtos ainda na metade do primeiro dia.
“Não esperávamos tanta procura e tanta aceitação dos nossos produtos. Vamos ter que fazer mais para amanhã”, afirmou Ivi Tavares, do Coletivo de Saúde do MST. Os xampus, condicionadores, tinturas e xaropes fizeram sucesso entre os consumidores.
A feira foi aberta com um ato que contou com a participação do coordenador da Confederação das Cooperativas de Reforma Agrária do Brasil (Concrab), Milton Fornazieri.
“O papel do assentamento é produzir alimento saudável. Mas isso é cada vez mais difícil no Brasil, com o avanço do agronegócio”.
Gustavo Noronha, superintendente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), ressaltou a tristeza pela ausência do militante Cícero Guedes, mas lembrou da alegria por poder mostrar “a Reforma Agrária que dá certo”.
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José Otávio, do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), lembrou de Sebastião Lan, assassinado nas mesmas circunstância de Cícero, há 10 anos. “A culpa é da estrutura agrária brasileira. É do executivo, do legislativo, e principalmente do Judiciário, que é incapaz de se pronunciar sobre a desapropriação da Fazenda Cambahyba”, destacou.
Já Pedro Campeão, técnico da cooperativa dos assentamentos da região Norte (Coopscamp), lembrou que a Reforma Agrária não é uma luta só do MST, mas de toda a sociedade.
A assentada Cristina, do Roseli Nunes, disse que “a Feira é prova de que podemos produzir”, e que apesar da tristeza pela ausência do companheiro Cícero, não faria “nem um minuto de silêncio, mas sim toda uma vida de luta.”
Marcelo Durão, da direção nacional do MST, encerrou o ato de abertura lembrando que a Reforma Agrária passa pelo seu pior período no país. Segundo ele, “já podemos falar de uma contra Reforma Agrária. Não conseguimos mais conquistar territórios, e os que tínhamos, estamos perdendo, juntos com os indígenas e os quilombolas.”
A noite terminou com a tradicional roda de samba do bloco Samba Brilha, sempre presente nos eventos da esquerda carioca.
Em seguida, os tambores do Olokum sacudiram o Largo da Carioca, cuja noite foi fechada sob a mistura do samba com funk carioca, com o bloco de carnaval da APAFUNK.