MST realiza Feira Estadual da Reforma Agrária no Rio de Janeiro
Por Coletivo de Comunicação do MST/RJ
Da Página do MST
Buscando ampliar o diálogo com a sociedade a partir da produção e comercialização de alimentos saudáveis com a população do Rio de Janeiro, a partir desta segunda-feira (9) teve início a décima primeira Feira Estadual da Reforma Agrária Cícero Guedes, no Largo da Carioca, centro do Rio de Janeiro.
A feira vai até a próxima quarta (11) e conta com mais de 150 produtores da Reforma Agrária, que se deslocaram de vários assentamentos das regiões Norte fluminense, Sul, baixada e Lagos, além dos estados de Minas Gerais, São Paulo e Espírito Santos, para oferecer produtos saudáveis aos moradores da capital carioca.
Para a coordenadora nacional do MST no Rio de Janeiro, Luana de Carvalho, a feira é importante pois vem criando uma relação direta com a sociedade local. “A feira criou uma cultura de produzir, se organizar e se preparar desde o início do ano. Também é uma forma de ter uma geração renda extra, com produtos numa perspectiva de alimentação saudável a um preço justo para os trabalhadores urbanos”, argumenta.
A estrutura da feira conta com quase mil metros quadrados e cerca de 150 toneladas de alimentos, além de livros da editora Expressão Popular e uma diversidade de produtos, grande parte agroecológicos.
Andando pela feira, encontramos a educadora Maria das Dores comprando alguns produtos para levar para sua casa, como couve-flor, tomate, melado, folhas verdes, entre outros. Ela conta que consome produtos da Reforma Agrária porque são orgânicos e cultivados sem o uso de venenos.
Para Maria das Dores, a Feira da Reforma Agrária representa a semente de uma forma de consumir e se relacionar, diferente na sociedade. “É uma semente, porque o pessoal aos poucos vai olhando, vai percebendo, vai comprando. Agora mesmo, no curso, estavam me perguntaram porque atrasei e expliquei que passei dentro da feira do MST e comprei um bombom de aipim com coco”, comemora ela.
Estão sendo comercializados produtos in natura, como abóbora, milho, hortaliças, legumes, além de produtos beneficiados: pães, doces, compotas e produtos agroindustrializados, como arroz, feijão e café. Os assentados também estão expondo produtos fitoterápicos, fitocosméticos e materiais como camisetas, bonés, cervejas e cachaças artesanais.
Com uma banquinha de produtos onde vende milho, feijão, abóbora, aipim, melancia, banana e jaca, Maria do Socorro vive no assentamento PDS Osvaldo de Oliveira, em Macaé, e explica que, para ela, a feira é muito importante para as famílias assentadas do estado comercializarem as mercadorias que produzem e melhorar a renda da família.
A Feira estabelece uma relação direta entre consumidor e o produtor de alimentos lá no campo, possibilitando a troca de saberes e conhecimentos populares. Diferente da relação de compra que ocorre entre os supermercados e consumidores, onde há uma ausência de relações pessoais na troca, na feira é possível conversar diretamente com os produtores. “Aquela pessoa que está produzindo o alface vai te explicar como se produz, quais são as dificuldades, os desafios, o que tem de bom”, pontua Luana.
Para Luana, estabelecer essa relação direta contribui para que o MST desperte a sociedade para a defesa da luta pela terra no Brasil. “É importante porque ajuda a desconstruir essa ideia da criminalização da Reforma Agrária e da luta do MST e traz a sociedade para nos apoiar.”
Outras atividades
Além dos produtos, a feira tem uma vasta programação cultural, com atividades no horário do almoço e no final do dia. Também ocorrem atividades de formação, com rodas de conversas, ciranda infantil, lançamento de livro e dezenas de títulos dos mais variados temas.
*Editado por Fernanda Alcântara