Governador Zema mente no twitter e polícia avança sobre o Quilombo Campo Grande
Da Página do MST
Neste momento, cerca de 200 homens de cinco batalhões diferentes estão no acampamento Quilombo Campo Grande para cumprir a ordem de despejo. O MST entrou com um pedido no (STJ) Superior Tribunal de Justiça para reversão da ordem ilegal de despejo e está convocando mobilizações em todas as redes sociais com a #ZemaCovarde.
Foram mais de 12 horas de tensão, nesta quarta-feira, até que o governador do estado de Minas Gerais tomasse uma posição sobre o despejo que ocorre no acampamento Quilombo Campo Grande, no município de Campo. No entanto, o alívio que sucedeu após a postagem no twitter suspendendo o despejo durou pouco tempo. A polícia permaneceu no local e o comandante da ação disse ao MST que o despejo continua caso não receba a ordem de suspensão de forma oficial.
Logo em seguida, Zema recuou da decisão, alegando que a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social encaminhou o pedido de suspensão à comarca de Campo Gerais, que não foi aceito. Mas o Movimento tem outra perspectiva. “Ele é o governador. Ele podia dar a ordem para a polícia parar com essa atrocidade e se retirar, pelo menos enquanto recorremos na justiça. Todo mundo aqui está em risco agora, exposto ao Coronavírus. Em vez disso, ele se acovarda e inventa desculpas”, avalia Débora Mendes, da direção estadual do MST.
O posicionamento do governador aconteceu depois de um dia de intensa mobilização virtual, política e de resistência dos acampados na área. Nas redes sociais, inúmeros parlamentares publicaram vídeos solicitando a suspensão da reintegração de posse, assim como movimentos populares e setores da Igreja Católica. A tag #salvequilombo foi uma das mais comentadas do dia no Twitter. O movimento organizou ainda uma petição online e o envio de mensagens ao site do Tribunal de Justiça de MG.
O Presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados (CDHM), 66 parlamentares e o presidente do Conselho Nacional de Direitos Humanos solicitaram uma reunião emergencial com Romeu Zema.
Durante todo o dia, trabalhadores rurais tentaram impedir o avanço da Polícia Militar dentro do acampamento. Além da escola, um barracão coletivo onde moravam três famílias foi despejado. A polícia não soube apontar um local para acolher as famílias ou levar as criações dos camponeses e chegou a sugerir que elas deveriam ir para a Vila Vicentina, onde se concentram os casos confirmados de Covid-19 na cidade.
*Editado por Fernanda Alcântara