Famílias do MST se solidarizam com luta dos camponeses na Índia

Mobilizações massivas em Nova Delhi e, em outras cidades do país exigem que o governo nacional retire três leis polêmicas que corporativizam o setor agrícola na Índia

Famílias do acampamento Plínio de Arruda, regional de Promissão (SP) em solidariedade as lutas na Índia. Foto: Divulgação MST

Da Página do MST

Em solidariedade aos milhares de camponeses e camponesas da Índia que realizam mobilizações massivas em todo o país, exigindo que o governo nacional retire três leis polêmicas que corporativizam o setor agrícola na Índia, nesta terça-feira (26), as famílias Sem Terra responderam ao chamado internacional de acender velas para enviar força e coragem aos manifestantes, mobilizados há mais de 50 dias no país.

Com a hashtag #ShineOnIndiaFarmers trabalhadores e trabalhadoras Sem Terra de várias regiões do Brasil publicaram imagens nas redes sociais do MST, com velas acesas e mensagens de apoio aos camponeses e camponesas da Índia que participam das mobilizações

Dessa forma, o MST estende sua solidariedade às organizações da Via Campesina da Índia e a todas as organizações e movimentos que lideram as manifestações em diferentes regiões do país.

Jaime Amorim, da Direção Nacional do MST e membro da Coordenação Internacional da Via Campesina, explica que a luta dos movimentos camponeses da Índia ocorre devido a reforma agrícola implantada pelo governo de extrema direita da Índia, Narendra Modi desde 2014, que beneficia o avanço do agronegócio exportador e ataca a agricultura camponesa, de subsistência e abastecimento local.

Os camponeses e camponesas exigem a retirada de três leis, que em seu conjunto desmontam o sistema de abastecimento nacional, a legislação de compras governamentais de pequenos produtores e beneficiam as grandes empresas estrangeiras do agronegócio.

“Para sustentar o povo na Índia a agricultura camponesa e de subsistência é indispensável. Mas, em 2014 é eleito o primeiro-ministro de extrema direita, que começou a aplicar medidas neoliberais para agricultura, introduzindo o que conhecemos no Brasil, o agronegócio. Tentando substituir a agricultura camponesa por uma agricultura capitalista empresarial e privada”, denuncia Amorim.

Como na última terça-feira (26 de janeiro) foi a data de comemoração da República da Índia. Os camponeses realizaram mobilização massiva com tratores na capital, procurando aumentar a pressão ao governo e a visibilidade das reivindicações.

A manifestação da última terça-feira marcou as comemorações do Dia da Republica da Índia (26 de janeiro). Sem avanços nas negociações com o governo, os camponeses acampados no arredores da capital do país, ocuparam Nova Delhi e trancaram vias com tratores, intensificando os protestos que já duram quase três meses.

Velas acesas em apoio a luta dos movimentos campesinos da Índia. Foto: Divulgação MST

Segundo a União Bhartiya Kisan, membro da Via Campesina, mais de 120 pessoas sacrificaram suas vidas até agora, com o frio e as chuvas congelantes em Nova Delhi. O MST reconhece os mártires que deram suas vidas na luta pelos direitos dos camponeses e camponesas.

As lutas das camponesas e camponeses são as mesmas em todos os rincões do mundo. Buscamos dignidade, autonomia e o controle da produção de alimentos, respeitando a soberania alimentar de nossos territórios e a harmonia com a natureza.

Globalizamos a luta, globalizamos a esperança!

*Editado por Fernanda Alcântara