Paralisação Nacional
MST participa de paralisação nacional em defesa da vida pelo país
Por Solange Engelmann
Da Página do MST
No dia em que o Brasil ultrapassou o número macabro de 300 mil mortos pela pandemia do novo coronavírus, com gritos engasgados na garganta, de “Nem Vírus, nem Fome, o Brasil quer: Vacina, Auxílio Integral e Fora Bolsonaro!”, trabalhadoras e trabalhadores do MST participaram da paralisação nacional, nesta quarta-feira (24), com ações simbólicas e diversas iniciativas de agitação e propaganda pelo país.
Fazendo o uso de máscara, praticando o distanciamento social e as recomendações sanitárias, Sem Terra de 15 estados (AL, BA, CE, MA, MS, MG, MT, PA, PE, PR, PB, RJ, RR, SC e SP) e do Distrito Federal pautaram a defesa da vida, o Auxílio Emergencial de R$ 600,00, vacina para toda população já e o Fora Bolsonaro Genocida.
“Hoje é dia de luto, mas também de luta!”, nesse espírito, em capitais e cidades do interior, os trabalhadores (as) do MST foram às ruas, às beiras de estradas, rodovias e espaços públicos realizar trancamentos para chamar atenção, hastear faixas, colar cartazes, panfletagens e realizar atividades simbólicas para denunciar o abando da população do campo e da cidade, ao vírus e a fome. Também foram doadas marmitas solidárias às pessoas em situação de vulnerabilidade em alguns estados e promovidas diversas agitações nas redes sociais, com as hashtags #PararTudoPelaVida e #LockdownPelaVida.
“Logo pela manhã, bloqueamos a BR 155 no sudeste do PA e colocamos faixas com nossas reivindicações em muitas estradas desse país. Hasteamos faixas em vários viadutos e locais de grande circulação como no DF. Em Campina Grande (PB), uma grande faixa reproduziu a charge de Fora Genocida, que culminou na recente prisão de três jovens no DF, acusados de infringirem a lei de segurança nacional. Em Cáceres (MT), outdoors gigantes deram nosso recado pra sociedade. Em Boa Vista (RR), houve projeção nos prédios da cidade. Em Juiz de Fora (MG), a agitação ficou por conta do carro de som, que convocou o povo a lutar por vacina, auxilio e Fora Bolsonaro, entre outras iniciativas”, explica Kelli Mafort, dirigente nacional do MST.
O secretário geral da Intersindical, Edson Índio, ressalta que, mesmo diante das restrições da pandemia, a paralisação nacional teve um papel importante para colocar no centro do debate um lockdown em defesa da vida e a urgência do Auxílio Emergencial de R$ 600. “Só o Auxílio Emergencial integral pode garantir um efetivo isolamento social e impedir a escalada do número de mortes. Com unidade, seguiremos lutando pela vacinação em massa, contra a carestia, por políticas públicas que enfrentem as crises sanitária, econômica e social, e para por fim ao governo genocida de Bolsonaro”, garantiu.
A mobilização nacional foi puxada pelas Centrais Sindicais, a Frente Brasil Popular e a Frente Povo Sem Medo.
Em um cenário de terra arrasada no Brasil, com um governo negacionista que atrasou a compra de vacinas e se recusa a manter o Auxílio Emergencial integral à população, Kelli relata que é necessário manter a esperança e permanecer na resistência, travando a luta da forma que for possível em cada local e dentro das limitações sanitárias impostas pela pandemia.
“O fundamental é nos manter em movimento, com a certeza de que é somente o povo organizado que faz as mudanças. E mesmo em meio a tanta dor pelas perdas que estamos sofrendo, ninguém vai arrancar de nós a capacidade de nos indignar diante de qualquer injustiça cometida em qualquer parte do mundo, como nos ensinou Che”, conclui.
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*Editado por Fernanda Alcântara