5 livros para ler e entender o legado de Paulo Freire

Da Página do MST

Neste 19 de setembro de 2021, o pensador pernambucano Paulo Freire completaria 100 anos. Desde o início do ano, o MST e outras movimentos populares vêm ressaltando a importância do legado de Freire, patrono da educação brasileira, principalmente no que se refere às suas ideias e prática educativa: Paulo Freire desejava unir pessoas, povos e instituições em torno de uma educação humanizadora, transformadora e emancipadora.

No espaço no site do Movimento para celebrar o Centenário Paulo Freire é possível conferir fotos, vídeos e textos publicados com o objetivo de instigar a reflexão, compreensão e ação do autor. Confira abaixo a seleção de 5 livros que oferecem um panorama deste legado, todos disponíveis na livraria Expressão Popular:

Paulo Freire – Vida e obra

Com o desafio de criar uma visão abrangente da obra de Paulo Freire, retomando temas o diálogo e a partilha na construção de um mundo novo e a prática educativa transformadora e libertadora, o Grupo de Estudos e Pesquisas em Paulo Freire produziu coletivamente textos que dialogam com as principais obras e idéias do mestre numa linguagem acessível, voltada aos militantes dos movimentos sociais e das escolas no Brasil. Selecionado pela Fundação Biblioteca Nacional – Programa Livro Aberto.

A obra que reúne uma série de escritos que retomam os temas mais queridos de Paulo Freire: a prática educativa transformadora e libertadora, alicerçada em uma pedagogia com base na ética e no respeito à dignidade – conceitos atualmente fora de uso – como instrumentos para a construção de um mundo novo. Um livro que chama para a luta, que busca realizar meios de intervenção na realidade, numa ação cultural pela pedagogia da indignação, para valorizar o ser humano e, assim, tornar possível “o nosso sonho”. Paulo Freire nos disse que não apenas temos o direito, mas temos, principalmente, o dever de mudar o mundo.

Aprendendo com a própria história

Aprendendo com a própria história, em forma de conversa entre os educadores Paulo Freire e Sérgio Guimarães, apresenta aos leitores as vivências e ideias que marcaram a trajetória de Freire e, não seria exagero afirmar, o próprio pensamento sobre educação no país.

Sérgio Guimarães conduz com sensibilidade e inteligência uma conversa bastante informal e prazerosa com Paulo Freire, que rememora com bom humor sua trajetória pessoal e profissional, intensamente marcada pelos acontecimentos políticos que ocorreram na América Latina nos anos 1960 e 1970. Freire recorda o início dos projetos de alfabetização pelo “método Paulo Freire”, tal como a experiência de Angicos e também o golpe militar de 1964 e suas implicâncias na educação, sua vivência na prisão e o exílio.

Historia do menino que lia o mundo

A História do menino que lia o mundo conta a vida de um grande homem que não deixou de ver o mundo com os olhos esperançosos de um menino. Paulo Freire, um dos mais notáveis pensadores da pedagogia mundial, teve uma infância pobre, tendo que conviver até mesmo com o sofrimento da fome. Cresceu e se tornou educador, desenvolvendo um dos métodos mais eficazes para alfabetização, sobretudo de adultos, por levar em conta o universo semântico dos estudantes. Essa forma de ensinar, baseada nas chamadas “palavras geradoras”, fomenta não apenas a apreensão da leitura e da escrita, mas também a discussão da realidade social dos envolvidos. O livro de Carlos Rodrigues Brandão conta os passos e percalços desse trajeto que une o menino de Recife ao homem de longas e brancas barbas, que declarou, em sua última entrevista, ter o desejo de “ser lembrado como alguém que amou o mundo, as pessoas, os bichos, as árvores, a terra, a água, a vida”! Ao final, o autor propõe uma atividade, que pode ser trabalhada em sala de aula, intitulada “Jogo das Palavras-Semente”, em que os princípios do Método Paulo Freire são empregados para que os alunos componham um texto criativo.

Desafios da educação a partir de Paulo Freire e Walter Benjamin

Esta obra recolhe os desafios apresentados por Paulo Freire e Walter Benjamin à educação. Seguindo o legado deixado por ambos, assume um olhar crítico em meio às contradições de nossa sociedade. Isso representa “escovar a história a contrapelo”, segundo Benjamin, e uma história escrita a partir dos “esfarrapados do mundo” ou “demitidos da vida”, segundo Freire. A partir de uma acurada pesquisa biobibliográfica, traça os eixos em torno dos quais condensa a contribuição dos autores estudados. Apresenta a história a partir dos vencidos e demitidos da vida; estuda a religião em Benjamin e Freire; identifica a apropriação que ambos fizeram do marxismo e do materialismo histórico; e decifra a contribuição dos autores para o campo da educação.

Pedagogia do oprimido

Neste livro revolucionário, o mais famoso do autor, Paulo Freire esmiúça as relações opressoras de nossa estrutura social e indica os caminhos para o entendimento de uma pedagogia libertadora e progressista, analisando todos os fatores que influenciam o aprendizado.

Pedagógica e socialmente engajado, é uma verdadeira lição de cidadania e solidariedade, referência não só na história da educação, mas principalmente na história cultural de nosso país. Escrito em 1968, durante o exílio de Paulo Freire no Chile, Pedagogia do oprimido foi proibido pela ditadura militar e permaneceu inédito no Brasil até 1974. Desde então teve sucessivas reedições e já foi traduzido em mais de 20 países.