Carajás 26 anos

Ato Nacional planta resistência contra a violência no campo, no Pará

"Um dos nossos inimigos é o agronegócio e quem desmata", denuncia Pally Siqueira, atriz e artista plastica
O Ato contou com a presença de representações de partidos políticos, do MST, sindicatos e a prefeitura. Foto: Ícaro Matos

Por Dioclecio Gomes*
Para a Página do MST

Neste último sábado (16/4), no assentamento 17 de abril, em Eldorado do Carajás (PA), ocorreu o Ato Nacional “Semear Esperança, Plantar Resistência” com a juventude Sem Terra do 16° Acampamento Pedagógico Oziel Pereira Alves.

Durante o Ato foram plantadas mudas de Pau Preto, Mogno, Maranhoto, Oiti, Jatobá, Ipê e Andiroba, simbolizando a memória dos Sem Terra assassinados no Massacre de Eldorado do Carajás.

“O massacre ocorreu 17 de abril de 1996, quando a policia militar do estado do Pará executou 19 Sem Terra na Curva do S, e dois morreram logo em seguida por conta dos ferimentos”, explica Tito Moura, da direção nacional do MST.

Com a presença de representações de partidos políticos, do MST, sindicatos e a prefeitura, ocorreu uma mesa pública na praça “Mártires de Abril” do assentamento.

“Esse ato afirma nosso compromisso com a reforma agrária. Nós viemos para semear esperança e plantar resistência.”, afirma Marinor Brito, deputada estadual pelo PSol.

Reforçando essa ideia, o Ato é mais uma ferramenta de resistência ao que o massacre representa, principalmente, nessa conjuntura política fascistas. “Parabenizo o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra por mais um ato importante para retomar a democracia e a reforma agrária” defende Zé Geraldo, vice-presidente nacional do PT.

Painel marca a construção do Bosque. Foto: Ícaro Matos

Pally Siqueira, atriz e artista plástica, também esteve presente na construção do ato. “Um dos nossos inimigos é o agronegócio e quem desmata”, denuncia Pally.

Diante do governo Bolsonaro, o abril se reforça como um período importante para a luta dos povos do campo. “Estamos aqui por terra, trabalho e pão. São os trabalhadores do Campo não querendo mais violência e sim um país mais justo e solidário”, afirma Gilvânia Ferreira, dirigente da região Amazônica do MST no Maranhão.

Bosque

O plantio do bosque, que teve início em 2021, faz parte das ações de memória aos 26 anos do Massacre de Eldorado do Carajás e também faz parte das ações do Plano Nacional “Plantar Árvores, Produzir Alimentos Saudáveis”, onde reafirmam o ato de plantar como celebração da vida.

*Integrante do Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM)
**Editado por Wesley Lima