Educação
MST no Maranhão inicia curso de Capacitação Técnica em Agroecologia
Por Elitiel Guedes
Da Página do MST
Iniciando as atividades de 2023, período de esperança para o povo brasileiro, o MST no Maranhão começa o ano com capacitação técnica em agroecologia visando o enfrentamento à fome, a destruição ambiental e o avanço do agronegócio na Amazônia.
Entre os dias de 11 à 14 de janeiro, militantes de todas as regionais do Maranhão, das escolas do campo, das cooperativas, centros de formação, do setor de produção, saúde, educação e juventude, estarão discutindo pautas importantes para o desenvolvimento da agricultura familiar e da agroecologia no Maranhão.
Para Elias Araújo, do Setor de Produção Cooperação e Meio Ambiente do MST no Maranhão, o curso “tem à importância de proporcionar elementos teóricos e práticos acerca da produção
de alimentos, em consórcios rotacionados de culturas de ciclo curto na agricultura familiar, e de outros sistemas de produção de alimentos, tendo o componente florestal como base para ampliar conhecimentos para a produção de bioinsumos”.
Em termos práticos, o curso é um instrumento intersetorial do MST no MA para as ações de transição agroecológica, a partir do “Plano Nacional Plantar Árvores Produzir Alimentos Saudáveis“.
Além disso, o curso perpassa o debate sobre o cuidado e defesa dos bens comuns da natureza, visando o fortalecimento da agroecologia em contraposição à destruição produzida pelo agronegócio e o governo passado na região amazônica. O Maranhão é um dos quatro estados do Brasil que mais desmatou entre 2019 e 2021, aponta o Relatório Anual de Desmatamento. O levantamento mostra que a vegetação amazônica foi a mais destruída nesses três anos.
Segundo os números do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia, a região do MATOPIBA, que compreende os Estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, bateu recorde de desmatamento nos últimos anos.
O Maranhão, nesse bioma, lidera a derrubada da vegetação nativa, com mais de dois mil quilômetros de desmatamento. Quase que em sua maioria, a devastação foi causada pela agropecuária, responsável pelo desmatamento de mais de 97%.
Além da região amazônica, o cerrado maranhense também sofre com o avanço do desmatamento e o aumento dos conflitos agrários.
Kátia Gomes, do “Plano Nacional Plantar Árvores Produzir Alimentos Saudáveis”, afirma que “o curso é uma das ações que vem acontecendo no Maranhão a partir da parceria com o Instituto Clima e Sociedade e vem contribuindo para fortalecer as várias ações do plano nos territórios da reforma agrária no Maranhão”.
Na perspectiva de cumprir com seus principais objetivos que é produzir alimentos saudáveis, plantar árvores e fazer o enfrentamento ao agronegócio, ações que se fortalecem como a implantação dos sistemas agroflorestais, viveiros e casas de sementes possibilitando melhores condições na produção, na vida e renda das famílias dos assentamentos, além dos cuidados com os bens comuns.
“Precisamos restaurar e reflorestar nossos territórios que antes de serem assentamentos, foram territórios destruídos pelo monocultivo. Atividade como essa que estamos realizando nos inspira a pensar os desafios, estratégias de luta e resistência para fazer enfrentamento às questões ambientais em nossas realidades, elementos importantes para garantia de nossa sobrevivência”, finaliza Kátia.
Temas como Sistemas Agroflorestais, cadeia produtiva da mandioca, agricultura sintrópica, bioinsumos, lavoura, pecuária e floresta e o plantio de árvores serão estudados e debatidos
durante todo o período do curso. O curso acontece no assentamento Cristina Alves, município de Itapecuru Mirim.
*Editado por Fernanda Alcântara