Agroecologia
Experiência de agroecologia nas Escolas do Campo na Bahia
Por Felipe Viana, do coletivo de comunicação do MST-BA
Da Página do MST
As escolas do campo nas áreas de Reforma Agrária, organizadas pelo MST na Bahia, vem desenvolvendo elaborações e práticas agroecológicas em seus currículos e proposta de ensino. Um exemplo é a Escola Municipal Emiliano Zapata, localizada no assentamento Cangussú, município de Barra do Choça/BA, que tem a Agroecologia presente oficialmente como um componente curricular do Ensino Fundamental do 6º ao 9º ano, e das classes finais de Ensino fundamental de Jovens e Adultos – Eixo II e III, respaldado sob as diretrizes da Educação do Campo, presentes não apenas na LDB, mas nos princípios organizativos do MST.
A escola considera que o trabalho pedagógico com a disciplina de Agroecologia contribui para o fortalecimento da identidade camponesa de todo o corpo escolar. Além disso, se configura como uma potente prática pedagógica coletiva por ser “desenvolvida por alunos e professores, em visita aos espaços agricultáveis como quintais produtivos, hortas escolares e viveiros de mudas, espaços considerados como verdadeiros laboratórios vivos de ensino e pesquisa, que estão imersos na realidade dos educandos”, conta a diretora Idaiane Sales.
Finalmente, tal espaço precisa ser defendido politicamente, partindo da importância da produção orgânica e da Agricultura familiar para os pequenos produtores, que resistem e lutam por melhores condições de trabalho e vida no meio rural.
Práticas agroecológicas na escola do campo
Em 2018, em parceria com a Secretaria de Educação do município de Barra do Choça/BA, a escola foi selecionada para construir a 6ª edição do jornal Eco Teens, intitulada “Agroecologia: A valorização do homem do campo em uma perspectiva agroecológica”. A produção do material contou com a participação de 190 estudantes da escola, incluindo os matriculados no Colégio Estadual do Campo Lúcia Rocha Macedo, também situado no assentamento Cangussu.
Para além da confecção do jornal, o projeto contou com passeio na trilha ecológica na região do Sossego, visita à Cooperativa de Coletadores de Resíduos (COPERBAC), palestras sobre agroecologia e alimentação saudável, bem como atividades de conscientização da água.
E foi com essa intensa incorporação da Agroecologia no currículo e nas práticas pedagógicas cotidianas do espaço educacional, dando ênfase à identidade camponesa e de movimento social que compõem a escola, que a Emiliano Zapata foi aprovada em primeiro lugar no programa Brasil na Escola, do Ministério da Educação com o projeto Meliponário Didático.
O projeto propõe ações educativas de fomento à conscientização socioambiental na direção de construir conhecimento sobre a importância das abelhas na produção de frutos e na preservação ambiental. É objetivo também do projeto reunir a participação da comunidade na produção.
As principais ações a serem implementadas pelo projeto são de desenvolver, a partir de estratégias ativas e inovadoras de ensino-aprendizagem, a conscientização da imprescindibilidade do meio ambiente e a valorização do trabalho comunitário na preservação das florestas; intensificar métodos e princípios ecológicos na agricultura familiar a partir dos meliponários; e compreender o trabalho de polinização das abelhas como uma filosofia e leitura de mundo que podem contribuir significativamente para as práticas agroecológicas no território.
*Editado por Fernanda Alcântara