Jornada das Mulheres
Mulheres Sem Terra participam de Jornada Nacional em Santa Catarina
Por Setor de Comunicação MST SC
Da Página do MST
Enquanto o Agronegócio lucra com a fome e a violência, as mulheres Sem Terra levantam as bandeiras de luta por terra e democracia. A Jornada Nacional de Lutas das Mulheres Sem Terra foi construída com mobilizações de caráter massivo, atos de denúncia, ações de solidariedade, de formação e diálogo com a sociedade em todas as grandes regiões do país. E em Santa Catarina não foi diferente. Neste 08 de março (quarta-feira), mulheres de diferentes regiões do estado levaram às ruas as pautas de gênero, do combate à fome e às violências, e pela democracia. As atividades se concentraram em Florianópolis, São Miguel do Oeste e Curitibanos.
Pauta de reivindicações é entregue ao Incra
Durante a manhã do dia 08 de março, um grupo de trabalhadoras entregou a pauta de reivindicação ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária em Santa Catarina (INCRA/SC) na Grande Florianópolis. Entre as demandas apresentadas estão: o assentamento imediato das famílias acampadas, a construção emergencial e reforma de casas, a retomada dos recursos para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), e a demanda de assistência técnica no campo.
Durante a tarde as mobilizações continuaram, e entendendo que a luta é coletiva, as mulheres Sem Terra se somam às lutas das mulheres urbanas e demais movimentos, se concentrando no centro da capital, reivindicando direitos, denunciando a violência, a fome e o agronegócio.
Solidariedade e doação de alimentos em Curitibanos
Na mesma manhã, em ato de solidariedade e pela vida, mulheres Sem Terra juntamente com outras entidades realizaram a doação de mais de 5 toneladas de alimentos saudáveis ao Hospital Regional Hélio Anjo Ortiz em Curitibanos/SC. Os alimentos são oriundos dos assentamentos do MST da região, além dos produtos industrializados das cooperativas da Reforma Agrária, Cooperoeste e Coopercontestado.
Jô Santin, dirigente do MST em SC relata, que “nesse dia tão especial de luta, nós mulheres do MST estamos doando alimentos que são frutos do nosso trabalho e da nossa luta em nossos assentamentos e acampamentos, e continuamos lutando pelo reconhecimento de uma sociedade igualitária entre homens e mulheres, lutando por direitos iguais, lutando contra o machismo, racismo, fome e a violência. Pela vida das mulheres, contra a fome e a violência.”
Mulheres de Luta contra as violência
Em São Miguel do Oeste em um ato regional, as mulheres Sem Terras uniram forças com os demais movimentos sociais, ocupando a praça Belarmino Annoni, com protestos em prol da vida e contra todas as formas de violência.
O ato também é uma resposta à cassação do mandato da então vereadora Maria Tereza Capra (PT). A companheira que após o ocorrido vem sofrendo perseguições e ameaças, retornou ao município somente na manhã do 08 de março, deixando uma mensagem:
Nós estamos lutando para que a injustiça que fizeram comigo seja corrigida. O machismo deve ser varrido da nossa sociedade. Se eu fosse um homem eu não teria sido cassada”.
Entre falas e canções, as intervenções e místicas demonstraram as denúncias contra todos os tipos de violências sofridas pelas companheiras, desde violações relacionadas ao racismo, ao genocídio das mulheres indígenas, a perseguição política, a violência do capital, do agronegócio e de outros sócios do projeto de morte capitalista, que atuam com uma política de extermínio contra as juventudes populares, as pessoas LGBTQIA+ e toda diversidade, que luta historicamente por justiça e dignidade. As mobilizações realizadas no estado se somam à Jornada Nacional das Mulheres Sem Terra, realizada entre 6 a 8 de março de 2023 em todo país.
Por terra e democracia, mulheres em resistência!
*Editado por Solange Engelmann