Tem Reforma Agrária Popular na Feira Saberes e Sabores do Congresso Brasileiro de Agroecologia

Por Wesley Lima
Da Página do MST

Mais de 3 toneladas de alimentos dos assentamentos e acampamentos do Movimento Sem Terra são comercializadas na Feira Nacional Saberes e Sabores da Agroecologia e Economia Solidária. O espaço de amostra e comercialização de produtos faz parte da programação do 12º Congresso Brasileiro de Agroecologia (CBA), que teve início nesta última segunda-feira (20), na região da Lapa, na cidade do Rio de Janeiro.

A Feira é aberta ao público, das 8h às 18h com entrada gratuita, e está localizada no Passeio Público, alguns minutos a pé da Fundição Progresso, “marco zero” do CBA. Com barracas de agricultores, povos indígenas, quilombolas, comunidades tradicionais e urbanas do Brasil, o espaço se destaca por movimentar uma diversidade produtiva, cultural e artística.

O MST chega na feira com produtos cooperativados dos estados da região Sudeste. Tem de tudo um pouco. Tem feijão, arroz, farinhas, doces, cachaças, mel, sucos, café, lácteos, fitoterápicos, castanhas, artesanatos e muito mais. São mais de 100 itens disponíveis para comercialização.

De acordo com Bruno Diogo, do Setor de Produção, Cooperação e Meio Ambiente do MST, a presença dos produtos da Reforma Agrária Popular na Feira são fundamentais para conectar a luta pela terra com a produção de alimentos saudáveis para o povo brasileiro.

“Estamos em um momento da luta política, que é fundamental olharmos para agroecologia em sua totalidade. Agroecologia é saber ancestral, é tecnologia, é reforma agrária, é organização produtiva, é modo de vida, é relação com a sociedade. Mas antes de desenvolvê-la é fundamental destacar: sem ocupação do latifúndio improdutivo não podemos construir agroecologia.”

Ele explica que o acesso à terra é o primeiro passo, mas outras questões precisam aparecer no centro da luta, como o desenvolvimento tecnológico para agricultura camponesa, créditos para produção de alimentos saudáveis, educação técnica e profissional para juventude e muitas outras questões. “Na feira temos uma pequena amostra da Reforma Agrária Popular e queremos aproveitar esse espaço para dialogar com o povo carioca sobre o projeto político que queremos para o campo brasileiro, livre de venenos, de exploração do trabalho e repleto de dignidade”, afirma.

Saberes e Sabores

No geral, a Feira reúne cerca de 300 pessoas comercializando seus produtos, com destaque para as diversas produções do estado do Rio de Janeiro e para as articulações das redes de agricultura urbana do Sudeste.

O objetivo da Feira Nacional Saberes e Sabores é garantir o contato do povo carioca com as produções nacionais em um espaço diverso, combinando alimentos e artesanatos, que representam a diversidade da agroecologia no Brasil, proporcionando a geração de renda, reconhecimento de tradições alimentares e oportunidades de diálogos entre o campo e a cidade.

*Editado por João Carlos