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Por que Maceió está afundando? Confira esses e outros crimes da Braskem
Da Página do MST
A cidade de Maceió, em Alagoas, está afundando. A causa é o colapso de uma mina de extração de sal-gema da mineradora Braskem no bairro do Mutange, que tem gerado riscos sem precedentes à população. Mais de 200 mil pessoas foram afetadas direta e indiretamente por um dos maiores crimes ambientais em solo urbano do mundo e cerca de 60 mil pessoas que abandonar suas casas.
A empresa petroquímica Braskem é a 6ª maior fabricante de produtos químicos do planeta. Em 2022, a empresa, que tem a Petrobras e a Novonor (ex-Odebrecht) entre suas principais acionistas, registrou receita líquida de R$ 95,6 bilhões, informou a Folha de S. Paulo.
Os moradores denunciam que a Justiça determinou a evacuação imediata dos moradores da região de forma truculenta e não está sendo prestada a assistência necessária e oferecido locais adequados para a realocação das famílias. Como informou o portal Jornalista Livres, a Defesa Civil está batendo na porta em dezenas de casas do bairro histórico, que sofre os efeitos da extração mineral de sal-gema feita pela empresa. “Eles estão chegando de qualquer jeito, não oferecem um lugar seguro para onde devemos ir”, criticam os moradores. Porém, os alertas sobre o colapso da mina já acontecem desde de 2019.
Saiba Mais: Organizações populares realizam amanhã ato contra crime ambiental da Braskem em Maceió
Ao todo, cinco bairros da capital alagoana já tiveram afundamento de solo devido à exploração do mineral, que é formado no subsolo, a cerca de mil metros da superfície.
Além do colapso da mina da Braskem em Maceió (AL), a empresa também é acusada de cooptar autoridades e órgãos públicos do estado e praticar crimes de corrupção. A denúncia vem sendo feito há anos pela Associação de Empreendedores e Vítimas da Mineração em Maceió, que tem apontado os riscos ambientais e essa prática de corrupção da mineradora, juntamente a órgãos públicos com o objetivo de manter a exploração de 35 mineradoras no Estado, mesmo com grandes riscos.
A Associação denuncia que órgãos como o Ministério Público Federal (MPF), o Ministério Público Estadual e a Defensoria Pública da União por não entrar com “ação criminal contra a mineradora”, além de denúncias também contra a Agência Nacional de Mineração por omissão e o Banco Nacional de Desenvolvimento Social, o BNDES, por ter financiado as obras da Braskem sem considerar os riscos ambientais, como informa o portal GGN. Saiba mais.
Em mais um crime denunciado contra a empresa Braskem, um texto de Neirevane de Souza, publicado em junho deste ano no portal A Verdade, mostra que a mineradora também cometeu crime contra o meio ambiente no estado alagoano, ao destrói ecossistema de dunas na Região Metropolitana de Maceió. A empresa é responsável pela retirada de um montante gigantesco de areia para preenchimento das minas de sal-gema, sendo a areia extraída de uma Área de Preservação Permanente (APP), que compreende as Dunas do Cavalo Russo, ecossistema de grande relevância ecológica e de interesse turístico em Alagoas.
Na época, a informações davam conta de que o Ministério Público Federal estaria apurando uma série de irregularidades em relação a essa extração de areia, a partir de várias denúncias e manifestações da população de entidades ambientais.
Ainda este ano, um incêndio atinge unidade da Braskem em Santo André (SP), deixando feridos e um trabalhador após ter com 90% do corpo queimado. Um tanque petroquímico da unidade no ABC paulista pegou fogo por volta das 9h no dia 22 de junho. Segundo a empresa, as causas ainda estão sendo investigadas pela empresa e, em nota, a Braskem disse que o tanque estava em manutenção e a brigada de emergência foi acionada assim que o incêndio começou.
Neste momento, organizações populares de diversos estados do Brasil realizam ato unificado contra crime ambiental da Braskem em Maceió, em Alagoas, expulsando pessoas de suas casas a partir de 2018. A crise se agravou nos últimos dias, diante do colapso iminente de uma das 35 minas de sal-gema que foram exploradas pela empresa na cidade.
Confira nas redes do MST os protestos que pedem soluções para as vítimas do maior crime ambiental em solo urbano do mundo, com mais de 200 mil pessoas afetadas direta e indiretamente.
*Editado por Fernanda Alcântara