Rumo ao Congresso
Encontro Estadual de Saúde e Agroecologia do MST SP discute 7º Congresso Nacional
Por Coletivo de Comunicação do MST em São Paulo
Da Página do MST
Entre os dias 05 e 07 de abril, aconteceu o Encontro Estadual de Saúde e Agroecologia do MST São Paulo, em Martinópolis, região do Pontal do Paranapanema. Atividade reuniu agentes populares de saúde no campo para formação, debate, troca de experiências e práticas, tendo como eixo a agroecologia e a importância do Sistema Único de Saúde (SUS).
Essa é a terceira atividade promovida em parceria entre o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Também se somam à atividade a Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (Unesp) de Presidente Prudente e a Universidade do Oeste Paulista (Unoeste).
Segundo Simone Thomaz, da direção estadual do MST em São Paulo, essas parcerias auxiliam no trabalho da organicidade do próprio setor de saúde, num conceito muito mais amplo. “Ou seja, pensar a saúde sistemática, mas também a saúde na dimensão da alimentação saudável, do meio ambiente, das relações e da agroecologia”.
O Encontro contou com espaços de formação política e práticas, por meio dos seminários e oficinas realizadas. As oficinas realizadas foram: produção de fitoterápicos; cozinha e alimentação com Plantas Não Convencionais (PANC’s); e, plantio consorciado de plantas medicinais.
“As populações do campo têm o direito de acesso à saúde. Portanto, as instituições públicas devem ter o compromisso ético de assistir essas população. Por isso, também, a importância de se envolver com as organizações que atuam e estão presentes nesses territórios, promovendo espaços de discussão, de formação e promoção da saúde”, ressalta Gislei Knierim, pesquisadora da Fiocruz Brasília.
O MST vem trabalhando essas dimensões da saúde nos seus territórios, desde o cultivo das plantas medicinais a partir dos princípios da agroecologia, até o beneficiamento destas plantas para a produção de fitoterápicos que contribuem na geração de renda das famílias, sobretudo para as mulheres Sem Terra.
Como lembra Sabrina Ramos, da direção estadual do Coletivo de Saúde do MST SP, a saúde popular é considerada um coração dentro da Reforma Agrária Popular. “Quando a gente fala de acesso à terra, estamos falando também de trabalho digno, de moradia digna, estamos falando de direito à alimentação, e tudo isso tem sido minado pelo agronegócio, assim como, também, mina o nosso modo de vida. O processo de destruição do agro, funciona como um rolo compressor sobre nossa cultura e modo de viver. Nosso projeto de Reforma Agrária Popular é essencial para que a gente possa continuar vivendo em um mundo digno para todos os seres”.
Vale notar uma forte participação das mulheres na atividade, chegando a cerca de 70 pessoas participantes, oriundas de diversos assentamentos e acampamentos do estado, estima-se que pelo menos 90% eram mulheres. Essas mulheres estão na linha de frente da produção agroecológica de plantas medicinais, tanto em áreas de cultivo individuais, como os quintais produtivos, quanto em processos mais organizados de produção, como cooperativas e associações.
Como resultados diretos do Encontro, foi elaborado um planejamento de ações do Coletivo Estadual de Saúde do MST em São Paulo, com orientações e atividades para atuação dos coletivos regionais nos territórios.
Além disso, firmou-se o compromisso coletivo de mobilização para a construção do 7º Congresso Nacional do MST, que acontecerá em Brasília, em julho deste ano. Cada coletivo regional presente na atividade se comprometeu a organizar atividades para divulgação do Congresso Nacional, além de assumir a tarefa de preparação dos cuidados com a saúde durante as caravanas e nos dias de realização do Congresso.
*Editado por Solange Engelmann