Agroecologia

Plantio, muralismo e mutirões: MST marca a semana da Árvore com ações em todo o país

Celebrado no dia 21 de setembro, Dia da Árvore concentrou iniciativas dos camponeses em defesa da natureza
Foto: MST em Alagoas

Por Gustavo Marinho
Da Página do MST

Assentados e acampados do MST em todas as regiões do país realizaram uma série de atividades desde o dia 21 de setembro, Dia da Árvore, reafirmando o compromisso de cuidado e conservação da natureza em todos os biomas. Incluído no conjunto de ações do Plano Nacional Plantar Árvores, Produzir Alimentos Saudáveis, a agenda reuniu iniciativas de plantio, mutirões em escolas, debates e muralismo junto a artistas populares, mobilizando 15 estados onde o Movimento está organizado em todas as regiões.

Ainda como parte das ações organizadas nas áreas de Reforma Agrária, o MST participou do ato na Avenida Paulista, em São Paulo (SP), em defesa da justiça climática e pela Reforma Agrária, organizado por um conjunto de entidades, organizações e movimentos populares na capital no último domingo (22).

O estado de São Paulo recebeu também uma diversidade de iniciativas realizadas pela conservação dos bens comuns da natureza e da vida. Entre as atividades realizadas pelo MST nas regiões do estado, os mutirões de reflorestamento, a construção de bosques da Reforma Agrária, ganham destaque na ampla programação realizada pelos camponeses e camponesas desde o Dia da Árvore. Acampamentos e assentamentos estiveram mobilizados durante todo o período nas atividades construídas pelo Movimento, como o assentamento Dandara, em Promissão, onde as famílias realizaram um mutirão para manutenção do sistema agroflorestal na comunidade.

Já em Bauru (SP), o MST realizou junto com parceiros e amigos do Movimento na região uma ação de plantio de mudas de árvores nativas e frutíferas do bioma no acampamento Aliança, além de se somar no ato por justiça climática que ocorreu no dia 20, na frente da Câmara de Vereadores da cidade.

Seguindo na região Sudeste do país, o Movimento em Minas Gerais realizou através do Programa Popular de Agroecologia na Bacia do Rio Doce, o plantio de sementes e mudas para reflorestamento de áreas degradadas pelo monocultivo na região. A iniciativa plantou em 47 hectares no Assentamento Oziel Alves Pereira, em Governador Valadares, e pretende alcançar o marco de 2 mil hectares de recuperação.

Mutirão em Minas Gerais. Foto: MST no MG

As ações do Plano Nacional Plantar Árvores, Produzir Alimentos Saudáveis também mobilizaram os camponeses e camponesas na Bahia, em especial na região Sul do estado. Jovens e crianças se somaram às iniciativas de plantio, manejo de quintais produtivos e doações de mudas foram algumas das atividades realizadas na região.

No Paraná, os Sem Terra também realizaram uma ampla agenda de mobilização marcando a celebração do Dia da Árvore. O mutirão dos estudantes do Colégio Estadual do Campo Centrão, no Assentamento Pontal do Tigre, em Querência do Norte, por exemplo, reuniu a comunidade escolar para o plantio de novas 11 árvores na agrofloresta do Colégio, junto com a doação de dezenas de mudas para as famílias dos estudantes. A mobilização seguiu em outras cidades com ações simbólicas de plantio.

Em Alagoas o mutirão de plantio aconteceu em Joaquim Gomes, na Zona da Mata de Alagoas em denúncia às ameaças que o Acampamento Feliz Deserto vem sofrendo na região por um suposto comprador da área onde as famílias estão acampadas há anos. As ameaças seguiram com a destruição da área de preservação da comunidade e os Sem Terra, em resposta, construíram um amplo mutirão de plantio.

Muralismo em defesa da natureza

O mutirão do Dia da Árvore contou ainda com a iniciativa de artistas populares, militantes do MST e parceiros, na construção de murais em todo o país denunciando os ataques aos bens da natureza e em defesa da vida e dos biomas. 

Ainda no Paraná, murais foram desenvolvidos na Escola Milton Santos de Agroecologia, em Maringá, durante o Encontro de Comunicação, Cultura e Agroecologia, em que foi realizada oficina de muralismo com a comunidade, aprimorando técnicas de pintura e construindo um mural que reafirma o projeto de Reforma Agrária Popular com o plantio de árvores e produção de alimentos saudáveis.

Já em Florestópolis (PR), no acampamento Zilda Arns, a Escola Itinerante da comunidade recebeu em suas paredes o mural que apresenta em si a esperança na luta em defesa da vida e da natureza.

No Rio Grande do Sul, a Brigada Nacional de Solidariedade ao Rio Grande do Sul construiu em Canoas a arte que destaca a importância da conservação da natureza para manutenção da vida, apontando para a necessidade de ação coletiva para enfrentar os desafios da construção de um novo mundo.

Muralismo no Rio Grande do Sul. Foto: MST no RS

Denunciando as queimadas, o muralismo construído em São João do Piauí (PI), no Assentamento Lisboa, deixou a denúncia no Centro de Formação e Capacitação Agenor da Silva. Produzido pelo Coletivo de Juventude e Sem Terrinhas da comunidade, o mural dialoga com as ações desenvolvidas pelo Plano Nacional Plantar Árvores, Produzir Alimentos Saudáveis, carregado de simbologia e crítica aos impactos das queimadas aos biomas.

“O agro não é pop”, esse foi o mote do trabalho desenvolvido pelo artista André Hulk, que se somou ao chamado do MST e desenvolveu em São Paulo, na Zona Leste da capital, o mural em defesa da conservação ambiental e dos povos originários, reafirmando a luta contra o agronegócio.

Sem Terrinha em movimento

Muralismo no Piauí. Foto: MST no Piauí

Ações nas Escolas do Campo com as crianças Sem Terrinha também marcaram a data. A Escola Monteiro Lobato, em Sandovalina (SP), realizou o mutirão a partir do projeto “Floresça na Escola”, com as crianças dos assentamentos Bom Pastor e Dom Tomás Balduíno.

A Escola Itinerante Paulo Freire, no acampamento Reduto de Caraguatá, no Paraná, realizou o plantio de 45 mudas de pêssego para comemorar o Dia da Árvore, com debate e atividades sobre a proteção e preservação da natureza.

Em Parauapebas, no Pará, a Escola Maria Salete Moreno também realizou o plantio de árvores com as crianças Sem Terrinha da comunidade. Já no Maranhão, a Escola Maria Aragão, em Itapecuru Mirim, organizou junto com educandos o mutirão para preparação de um canteiro de plantas medicinais no ambiente escolar. 

Eleições e Meio Ambiente

Durante a agenda do Dia da Árvore também foi lançada a plataforma de propostas das candidaturas do MST em defesa do meio ambiente. Reunindo seis eixos de atuação, a plataforma prevê a realização de audiências públicas, ações de reflorestamento, iniciativas de leis de combate ao agrotóxico nos municípios e outras proposições de políticas públicas para os territórios onde os mais de 600 candidatos do MST disputam as eleições municipais no próximo dia 6 de outubro.Conheça a plataforma clicando aqui.

Confira mais imagens de atividades da Semana da Árvore:

*Editado por Fernanda Alcântara