Reforma Agrária Popular
Projeto Gir Leiteiro em áreas do MST supera expectativas da taxa de prenhez em MG
Por Matheus Teixeira
Da Página do MST
Com 66,6% de prenhez confirmada, o projeto de melhoramento genético do gado Gir nas áreas de reforma agrária supera os 30% esperado no território mineiro, e mostra o potencial produtivo dos assentamentos em Minas Gerais (MG). O mesmo tem como objetivo a melhoria da capacidade genética através da implementação de embriões selecionados em matrizes que o produtor já possui a fim de propiciar uma nova geração de gado de leite com melhor capacidade produtiva.
Para Emanoeu Vitor, articulador local do projeto e médico veterinário responsável pelas transferências de embriões em MG, o sucesso da alta taxa de fertilidade se dá devido à dedicação, rigor, trabalho e responsabilidade do coletivo participante. “Além de orientação técnica em manejos nutricionais, sanitários reprodutivos cumpridos de maneira rigorosa, o que garantiu mais que o dobro da meta foi o trabalho coletivo e total responsabilidade de todos envolvidos.”
O programa Gir Leiteiro, lançado em setembro de 2024, é fruto de uma colaboração entre o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e a Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR). A iniciativa foca no melhoramento genético do gado leiteiro por meio de transferências de embriões, promovendo também a sustentabilidade e competitividade do setor. Além disso, oferece cursos de capacitação para técnicos veterinários locais. Atualmente, o projeto está em fase piloto em três regiões — Pontal (SP), Andradina (SP) e Zona da Mata (MG) — e já existe a expectativa de expandi-lo para outras áreas do Brasil.
Formado pelo Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera), filho de assentados, e retornando pós graduação para contribuir nas melhores condições de vida do povo Sem Terra, Vitor acredita que a o ensino acadêmico deve estar e servir aqueles que não tiveram oportunidade de frequentar o ambiente acadêmico, e que o saberes adquiridos não se restinga à artigos e materiais para quem já do meio. “Essa é uma das formas mais corretas de retribuir para nossa base, a educação pública que nos é oferecida. O conhecimento científico de qualidade e com caráter popular tem que a cada dia romper cercas da ignorância e está à disposição da classe trabalhadora.”
Não falta competência para a classe trabalhadora e sim oportunidades!“
– Emanoeu Vitor
Com a parceria já formalizada, as ações do projeto visam fortalecer a sustentabilidade e aumentar a competitividade do setor, além de incentivar a inclusão social e econômica dos pequenos produtores no mercado. O gado Gir leiteiro traz várias vantagens para os assentados da reforma agrária, como: alta produção de leite, capacidade de adaptação a diferentes ambientes, temperamento dócil e eficiência no consumo de alimentos, um fator importante para reduzir os custos de produção. O que por sua vez torna o torna um bom investimento para o assentado. Outra vantagem dessa raça é sua resistência a doenças, o que diminui a necessidade de cuidados veterinários e o uso de medicamentos, gerando economia.
Hoje o agronegócio brasileiro que se diz ter o domínio total desta biologia da reprodução trabalha com uma porcentagem de 30% e em contraposição para mostrar que o trabalho coletivo na dedicação do preparo das receptoras além de todo o trabalho técnico executado com todos os critérios exigidos mostramos sim que somos capazes de dobrar meta. Afirma o veterinário e mobilizador local.
O projeto tem como base o fato de que o Brasil é o terceiro maior produtor de leite do mundo, com destaque para a atuação de pequenos e médios produtores. Idealizado por Evandro Guimarães, presidente da Associação Brasileira de Criadores de Gir Leiteiro (ABCGIL), o Projeto Gir Leiteiro foi criado com o objetivo de aprimorar a qualidade e a produtividade do rebanho leiteiro, através do desenvolvimento genético. Atualmente, o projeto é um piloto, o que já se aponta como um sucesso, será expandido para outras regiões do país, ampliando seus benefícios para mais produtores.
Confira algumas fotos do projeto:
*Editado por Fernanda Alcântara