Lula participa de ato em acampamento do MST em MG

A previsão é de que sejam anunciadas novas áreas para a Reforma Agrária em todo o país

Foto: Acervo MST

Da Página do MST.

Na próxima sexta-feira (7), o Presidente Lula participará do Ato Nacional em Defesa da Reforma Agrária, no Acampamento Quilombo Campo Grande, em Campo do Meio, MG. Além dele, estarão presentes ministros do Governo Federal, como Paulo Teixeira (MDA), parlamentares e apoiadores da reforma agrária.

A atividade será realizada na Escola Popular de Agroecologia Eduardo Galeano, reconstruída após ser demolida em um despejo truculento em agosto de 2020, durante a pandemia. A expectativa é que cinco mil pessoas participem do ato.

A previsão é de que sejam anunciadas novas áreas para assentamentos, recursos para o desenvolvimento de assentamentos, produção de alimentos e para a educação do campo. Entre os anúncios, deve ser assinado o decreto de desapropriação da Usina Ariadnópolis, onde está localizado o Acampamento Quilombo Campo Grande.

Para Tuíra Tule, da Direção Nacional do MST em Minas Gerais, a conquista é um marco na luta pela terra no Brasil. “Nós, que plantamos nessa terra mais de 2 milhões e 200 mil pés de café, mais de 160 tipos diferentes de alimentos, que já sofremos e resistimos a mais de 11 despejos, sabemos que os amigos e amigas do Movimento são fundamentais para essa luta, e por isso reforçamos a importância de estar juntos nesse ato de desapropriação dessa terra”, afirma.

Além do Acampamento Quilombo Campo Grande, outras seis áreas estão previstas para a assinatura de decreto de desapropriação. Segundo o MDA, as áreas abrangem mais de 13 mil hectares e estão localizadas em Minas Gerais, Pará, Goiás, Paraná e Rio Grande do Sul.

Quilombo Campo Grande resiste há 27 anos

Ocupado em 1998, o Acampamento Quilombo Campo Grande, localizado no sul de Minas Gerais, em Campo do Meio, é uma das áreas mais emblemáticas do MST a ser regularizada. As 459 famílias resistem em onze acampamentos, divididos em duas fazendas, plantando culturas diversas, construindo sistemas agroflorestais, hortas medicinais, e se destacam pela produção cooperada do Café Guaiì.

O terreno ocupado pertencia à antiga Usina Ariadnópolis, que explorou o território até falir, deixando os trabalhadores sem qualquer tipo de direito ou indenização.

Para fugir da miséria, esses trabalhadores começaram a viver da terra e a ocupar o território que era da Usina. Mesmo em meio a diversos despejos, o local se orgulha de manter uma produção orgânica, sem transgênicos e agrotóxicos há 27 anos.

*Editado por Leonardo Correia