Combate à crise
MST lança “Conselho Popular para Plantio de Árvores e Produção de Alimentos Saudáveis”
Essa será uma frente de mobilização para o plantio de árvores em todo o Brasil
Por Diógenes Rabello/Equipe de texto 5ª Feira da Reforma Agrária
Da Página do MST
Na tarde de hoje, 10 de maio, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) lançou, na cidade de São Paulo, o Conselho Popular para Plantio de Árvores e Produção de Alimentos Saudáveis. O lançamento aconteceu durante a 5ª Feira Nacional da Reforma Agrária e contou com a presença de representantes de universidades, organizações religiosas e outras entidades da sociedade civil que estão pautando a questão ambiental e empenhando esforços em construir alternativas em relação à crise climática.
Participaram do lançamento o Pastor Ariovaldo Ramos, a professora e escritora Virgínia Mendonça, Elenita Gonçalves, do blog De Olho nos Ruralistas; João Peres, do blog Joio e o Trigo e Guaraci Diniz, do Grupo de Ações e Estudos Ambientais.

O Conselho Popular irá atuar como uma frente de mobilização para o plantio de árvores em todo o Brasil, promovendo espaços de debates públicos e monitoramento dos efeitos climáticos e atuando juntamente com as estratégicas do Plano Nacional Plantar Árvores, Produzir Alimentos Saudáveis, cujo acúmulo de ações são evidenciadas pelo plantio de mais de 25 milhões de árvores em todos os biomas, recuperando mais de 15 mil hectares de florestas.
Para isso irá se organizar em quatro objetivos centrais: 1) apontando saídas verdadeiras para a crise climática, com escuta ativa da população em seus territórios; 2) dialogar com a sociedade sobre a luta pela terra e pela Reforma Agrária Popular como forma de combater os problemas ambientais; 3) planejar e executar ações de reflorestamento e recuperação ambiental, por meio de estratégias produtivas e da formação e 4) produzir espaços de debates públicos e socialização de experiências exitosas espalhadas pelo Brasil.
Conforme aponta João Pedro Stédile, da Coordenação Nacional do MST, “a única alternativa viável para o desenvolvimento humano, frente à atual crise estrutura do capitalismo, que que combata os efeitos da crise climáticas sobre a camada mais empobrecida da população, é plantar árvores”.

O dirigente relembra os episódios de evento extremo climático de queimadas que aconteceram em São Paulo, em agosto de 2024, onde áreas de exploração das monoculturas, como foi o caso da cana-de-açúcar, foram as afetadas. Enquanto que “áreas onde famílias assentadas que vivem com base na prática de agroflorestal e onde se concentram as áreas de assentamentos de Reforma Agrária, não foram afetadas”, relata Stédile.
O enfrentamento à crise climática é um esforço coletivo do governo, das entidades públicas e privadas, das organizações não governamentais e dos setores da sociedade. Há possibilidades de intensificar o plantio de árvores para vários contextos territoriais, conforme a situação de cada nível de degradação e de ameaça, mas para isso é necessário a iniciativa.
O MST tem se apropriado dessa pauta para qualificar o debate público sobre os inimigos do clima e os provocadores da degradação ambiental, bem como fincar a agroecologia e a Reforma Agrária Popular como saída popular para a crise ambiental.
“O MST quer ajudar nesse processo, nossa prioridade é plantar árvores nos territórios da Reforma Agrária, mas está disposto a plantar árvores em qualquer local, no campo ou na cidade. O MST está dentro do debate da crise climática não por causa do apelo público que ele provoca, mas porque se trata da manutenção do seu modo de vida e da sua existência, aponta Bárbara Loureiro, da Coordenação Nacional do Plano Nacional Plantar Árvores, Produzir Alimentos Saudáveis.
O Conselho Popular do Plano Nacional Plantar Árvores é um esforço do MST em convidar parceiros para ajudar na efetivação do plano, criando uma estratégia coletiva de massificar o plantio e abrir outras possibilidades de diálogo com a sociedade sobre a crise climática.

Pastor Ariovaldo, membro do Conselho e que fez o discurso do lançamento ressaltou que “nós sabemos do problema, das suas causas, dos seus resultados e já temos denunciado isso. E agora o que o MST propõe, por meio desse Conselho, é pensar uma alternativa concreta para participar da solução para o problema da questão climática. Para isso, teremos que mobilizar vários setores da sociedade para pensar e criar estratégias concretas. Esse é um projeto revolucionário, pois ele abre oportunidade de conhecer novamente, de reconhecer, o nosso país, conhecer novamente os nossos biomas e os nossos territórios”.
Participam do Conselho:
Leonardo Boff – Teólogo e Ativista Ambiental
Eduardo Moreira – Economista
Rabino Alexandre Leone
Pastor Ariovaldo Ramos
Prof. Dr. Luiz Marques – Unicamp
Marcos Palmeira – Artista
Dira Paes – Artista
Célia Gonçalves – Makota, povo de Terreiro
Carol Proner – ABJD
Pedro Batista – Parlamentar
Nilto Tatto – Deputado Federal
João Peres – O Joio e o Trigo
Alceu Castilho – De Olho nos Ruralistas
Guaraci Diniz, do Grupo de Ações e Estudos Ambientais
Elenita Fogaça – De Olho nos Ruralistas
Virginia Mendonça – Professora e Escritora
Rita Von Hunty – Distrito Drag
Larissa Packer – Advogada e Ativista Ambiental
* Editado por Mariana Castro