Semana Camponesa

Em nova jornada de lutas, movimentos do campo ocupam Secretaria de Agricultura de Alagoas 

Ocupação firmou acampamento no pátio da Secretaria de Agricultura, dando início a uma ampla agenda de mobilizações na capital alagoana. Foto: Mykesio Max.

Por Gustavo Marinho
Da Página do MST

Dando início às ações da Semana Camponesa em Alagoas, movimentos do campo ocupam desde a tarde de domingo (20) a sede da Secretaria de Agricultura do Estado de Alagoas, localizada no Centro de Maceió. Com acampamento montado no prédio do órgão, mais de 1000 trabalhadores e trabalhadoras rurais pautam o avanço da Reforma Agrária no estado.

Os movimentos Comissão Pastoral da Terra (CPT), Frente Nacional de Luta (FNL), Movimento Terra, Trabalho e Liberdade (MTL), Movimento Popular de Luta (MPL), Movimento Social de Luta (MSL), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Movimento Via do Trabalho (MVT) e Movimento Terra Livre, demandam ao Governo do Estado a garantia do acordo firmado em 2015 para destinação de todas as terras da Usina Laginha e parte da Usina Guaxuma para assentamento rural.

Ocupação teve início no fim da tarde de domingo (20) e compõe a Semana Camponesa. Foto: Mykesio Max.

Ainda como parte das demandas apresentadas pelos Sem Terra, o acampamento pauta também a criação de políticas agrícolas para o fortalecimento dos assentamentos e acampamentos da Reforma Agrária em Alagoas, com avanço na mecanização, agroindustrialização, fomento a produção de sementes e comercialização da produção de alimentos vinda das áreas de Reforma Agrária.

Integrando ainda uma agenda nacional, a Semana Camponesa prevê o debate com a sociedade sobre o real papel da Reforma Agrária para o desenvolvimento do estado e do país. Sob o lema “Para o Brasil Alimentar, Reforma Agrária Popular”, camponeses de todas as regiões mobilizam-se durante essa semana para pautar o tema da luta pela terra, em especial a partir da produção de alimentos saudáveis.

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Em Alagoas a ação de unidade com os movimentos camponeses demarcam ainda o lugar da luta pela terra na atualidade do estado, ainda marcado pela concentração fundiária.

“Nós queremos debater com os órgãos públicos sobre as pautas já conhecidas para avanço das condições de vida do povo que vive no campo, mas também dialogar com a sociedade sobre a necessidade de que essa luta seja abraçada por todos e todas”, destacou Margarida da Silva, da direção nacional do MST.

Conflitos no campo

Também como parte da agenda de diálogo com o Governo Estadual, os movimentos do campo pautam ainda a retomada e funcionamento do Comitê Estadual de Mediação de Conflitos Agrários, como instrumento para assegurar a negociação e participação dos camponeses nos temas de conflito agrário no estado, bem como a garantia de que o Centro  de Gerenciamento de Crises e Direitos Humanos da PM/AL retome e cumpra o papel de mediação nos conflitos de terra.

“É fundamental que a gente não olhe para o campo como um problema, mas como um espaço de possibilidades de resolver os problemas que vivem na cidade e, para isso, evitar e acompanhar os conflitos e disputas que existem nesses locais são fundamentais”, explicou Marcos Marron, da FNL.

O acampamento segue montado no pátio da Secretaria de Agricultura (SEAGRI), onde os camponeses montam os barracos de lona e cozinha, e devem iniciar uma ampla agenda de mobilizações na capital alagoana nos próximos dias.

*Editado por Pamela Oliveira