Brigada Oziel Alves

Centro de Formação Santa Dica dos Sertões recebe a 2ª Brigada Oziel Alves da Região Centro-Oeste

Com muita mística e trabalho coletivo, militantes Sem Terra seguem firmando compromisso com a luta pela Reforma Agrária Popular e os estudos como forma de libertação e emancipação.

Foto: Vytoria Pachione

Por Vytoria Pachione
Da Página do MST

Começou nesta quarta-feira (20/08) e segue até 03/09, no Centro de Produção e Formação
Agroecológica Santa Dica dos Sertões, em Corumbá de Goiás, a 2ª Brigada Nacional Oziel
Alves da Região Centro-Oeste. O curso reúne 70 militantes, 8 crianças, 17 coordenação
política pedagógica do MST vindos do Mato Grosso, Distrito Federal e Entorno, Goiás, Mato
Grosso do Sul e Rondônia.

A abertura foi marcada por uma mística cheia de emoção, relembrando a trajetória de luta
do MST, a memória de Oziel Alves jovem Sem Terra tombado no Massacre de Eldorado do
Carajás e refletindo sobre a conjuntura que estamos vivendo. O momento reafirmou o
compromisso coletivo de seguir organizando a classe trabalhadora e fortalecendo a
Reforma Agrária Popular diante do avanço do agronegócio.

Foto: Vytoria Pachione

O espaço que abriga a etapa antes marcada pela exploração do trabalho, hoje está
transformado em um Centro de formação do povo, símbolo vivo da resistência e da
capacidade de mudar territórios e construir uma nova sociedade.

A Brigada Nacional Oziel Alves, que acontece em todas as regiões do Brasil, reúne cerca
de 700 militantes em formação, com mais de 100 companheiros e companheiras na
Coordenação Político-Pedagógica. O curso tem três etapas de quinze dias cada, usando a
pedagogia da alternância, que combina tempo escola e tempo comunidade.

Foto: Vytoria Pachione

Mais do que um espaço de estudos, a Brigada Oziel Alves é uma escola de organização e
prática militante, formando lideranças para enfrentar os desafios da luta pela terra. Nesta
etapa, além dos debates sobre a história da luta camponesa, a questão agrária e ambiental
e a organicidade do MST, as reflexões também passam pelas relações humanas, pelo
enfrentamento ao racismo e ao patriarcado, porque não se constrói uma nova sociedade
emancipada sem romper essas correntes de violência.

Como reforçou Álvaro, da executiva da formação da região centro oeste, a brigada não
apenas transmite conhecimento, mas forja sujeitos políticos capazes de assumir
responsabilidades e fortalecer nossa organização. É uma sementeira de novas lideranças
para que a luta pela Reforma Agrária Popular siga firme e com raízes profundas no coração
do povo Sem Terra.

Foto: Vytoria Pachione