Carlos Lamarca: legado de 54 anos na resistência contra a ditadura brasileira

Da Página do MST

No dia 17 de setembro de 1971, no interior da Bahia, tombava Carlos Lamarca, ex-capitão do Exército Brasileiro que se tornou um dos principais símbolos da luta contra a ditadura militar. Cinquenta e quatro anos depois, sua trajetória segue inspirando movimentos populares e a resistência do povo brasileiro.

Lamarca rompeu com a carreira militar em 1969, quando desertou levando armas para a Vanguarda Popular Revolucionária (VPR). A partir daí, passou a organizar ações de combate ao regime, unindo forças com estudantes, operários e camponeses. Sua decisão radical foi movida pela convicção de que era preciso enfrentar a opressão.

A caçada que levou à sua morte foi marcada por perseguição implacável das Forças Armadas, repressão violenta e tortura de militantes. Mesmo assim, a figura de Lamarca permanece como referência de coragem, coerência e compromisso com os trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade.

Como forma de manter viva essa memória, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) homenageia Lamarca em diferentes espaços de sua trajetória de luta. Um exemplo é o Assentamento Capitão Carlos Lamarca, conquistado no município de Muquém do São Francisco (BA), fruto de mais de duas décadas de resistência das famílias Sem Terra. O nome reafirma a ligação entre a luta histórica contra a ditadura e a atual batalha pela Reforma Agrária Popular.

Para o MST, relembrar Lamarca é reafirmar que a luta pela terra, pela democracia e pela soberania do povo brasileiro segue atual. Seu legado permanece vivo em cada conquista popular que desafia a violência do latifúndio e a lógica de exclusão do capital.