Na próxima sexta-feira (26/2), o Núcleo de Cultura e Sociedades Amazônicas da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) realiza o lançamento do livro "Conflitos Sociais no Complexo Madeira". O livro organizado pelo antropólogo Emmanuel de A. Farias Júnior, aborda a ação dos grandes projetos de desenvolvimento na Amazônia.
A liberação da construção das Usinas do Rio Madeira pelo governo Federal ainda tem gerado inúmeras discussões. As regras estabelecidas pelo Ibama para as obras têm levantado divergências sobre a real eficácia das condicionantes. Um dos críticos Philip Fearnside, o pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), que diz que as perguntas sobre a carga de sedimentos continuam sem resposta.
Por Mateus Alves
Correio da Cidadania
A recente liberação prévia pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Ibama) para a construção de duas usinas hisdreléticas no Rio Madeira, região Norte do país, está gerando polêmica. Até mesmo setores do governo federal estão divididos sobre o tema. Entre os movimentos sociais, Gilberto Cervinski, da direção nacional do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), alerta para as conseqüências da construção das usinas para as populações.
Entrevista publicada originalmente pelo CORECOM-RJ
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O prazo para a concessão da licença ambiental para os projetos de construção das duas hidrelétricas no rio Madeira é agora, no meio do ano. Contudo, pairam imprecisões e divergências de versões a respeito da necessidade desses dois projetos serem executados praticamente no meio da Amazônia. Qual o seu ponto de vista sobre a real necessidade desses projetos (para quem eles são necessários?) e o que eles podem representar para a Amazônia?
A construção das usinas no Rio Madeira tem gerado uma intensa discussão. Em entrevista, Luis Fernando Novoa Garzón, sociólogo e mestrando em Ciências Políticas na Unicamp, afirma que a construção “é tudo, menos a tentativa de fornecer e ampliar o abastecimento energético do país. Porque, do ponto de vista das alternativas que nós temos, existem saídas a curto prazo muito menos impactantes e muito mais baratas do que as Usinas do Rio Madeira.