Movimentos Sociais unificam bandeiras de luta

As principais entidades dos movimentos sociais do país, com o discurso de unificação das ações, elaboraram um documento de reivindicações comuns ao governo. Com a bandeira da Coordenação dos Movimentos Sociais, visam criar um projeto alternativo de desenvolvimento econômico e social para o Brasil.

A política neoliberal, aplicada no país durante dois mandatos consecutivos de FHC, provocou o aumento do desemprego, a perda das conquistas trabalhistas e do poder de compra dos salários, a intensificação da dependência do Brasil ao mercado externo e o agravamento da crise social. O documento diz que o atual modelo é “dependente de acordos que aprisionam as política econômicas do país aos interesses do capital”. Também afirma que “é preciso pôr fim à política que gera superávit primário”, pede redução dos juros e “ruptura com os compromissos da dívida”.

Os pontos apresentados pelo documento como sendo fundamentais para a melhoria da qualidade de vida de todos os brasileiros são: implementação da Reforma Agrária; criação de Políticas de emprego, industrial e de trabalho; criação de um programa de construção de moradias populares; projeto de reformulação do sistema de saúde e educação pública; melhorias no sistema de transporte; apoio às lutas dos povos indígenas, como demarcação de terras e garantias culturais; atendimento social a idosos, crianças e dependentes químicos; incentivo às micros e pequenas empresas, assim como as cooperativas de trabalho; incentivo ao esporte e lazer.

Fazem parte da Coordenação dos Movimentos Sociais o MST, as pastorais, a CUT, UNE e da Contag. O lançamento da coordenação está sendo feito no mês de agosto em cinco encontros regionais. No último sábado, ocorreu em Belém (PA). No próximo será em São Paulo. Os outros três Estados serão Porto Alegre (RS), Goiânia (GO) e Recife (PE). Nas reuniões, também será debatida uma “jornada nacional de mobilizações”, com início em setembro.

“Somente a mobilização social garantirá a manutenção da agenda dos movimentos sociais e a sustentação para as mudanças que respondam aos interesses populares e às reivindicações históricas do povo brasileiro”, diz o texto.