Seminário em Brasília discute agricultura familiar

Ministros, representantes de governo e da sociedade civil de vários países da América Latina, África, Caribe e Ásia se reuniram nos dias 20 a 22 de agosto, em Brasília, no Seminário sobre a Agricultura Familiar, Negociações Internacionais, Comércio, Agricultura e Desenvolvimento.

Em declaração elaborada durante o evento, foi destacado que a agricultura familiar e camponesa destes países, formada por uma grande diversidade de comunidades, desempenha um papel fundamental na estabilidade social, ambiental e no desenvolvimento destas nações, porque este tipo de produção combate a pobreza rural ao distribuir a renda e gerar riquezas. Além disso, a agricultura familiar representa a maior parte dos estabelecimentos rurais latinoamericanos, africanos, caribenhos e asiáticos.

Os acordos internacionais, com suas políticas de concorrência desleal, foram apontados como os principais responsáveis em prejudicar a estrutura e a dinâmica dos pequenos agricultores.

Segundo o documento, a agricultura familiar precisa ser reconhecida como o motor das estratégias de crescimento dos países que ainda não se desenvolveram. Para que isso aconteça, as nações que participaram do Seminário, vão se empenhar em: fortalecer a organização econômica, social e política da agricultura familiar em seus países; garantir a participação da sociedade civil, em particular as organizações rurais, nas negociações internacionais; garantir a efetiva participação das mulheres; combater as práticas desleais de comércio internacional; atuar no sentido de garantir um tratamento especial e diferenciado às economias menores; implementar políticas orientadas ao fortalecimento da agricultura familiar, de forma a garantir a soberania alimentar dos países em desenvolvimento, a transformação do meio rural e a universalização de direitos; estimular e promover o diálogo que favoreça o intercâmbio de experiências de desenvolvimento rural, entre os países da América Latina, África, Ásia e Caribe, com o objetivo de possibilitar o acesso dos pequenos agricultores à terra, crédito, além da manutenção de suas culturas e tradições e o reconhecimento de seus territórios.

Participaram do seminários os representantes dos governos da Argentina, Brasil, Costa Rica, Cuba, Equador, Guatemala, Jamaica, Panamá, República Dominicana, Suriname, Uruguai.

Já pela sociedade civil, estavam presentes organizações do Brasil, Zimbabue, Guatemala, Nicarágua, Cuba, México, Colômbia, Bolívia, Peru, Moçambique, Uruguai, Chile, Equador, Estados Unidos, Paquistão, além de organizações internacionais, como a Via Campesina.