Coordenação dos Movimentos Sociais promove mobilizações por emprego em todo país

A CMS (Coordenação dos Movimentos Sociais) está realizando atos de protesto e acampamentos de desempregados em pelo menos sete estados do país (São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Bahia, Pernambuco e Distrito Federal), nas principais capitais e em diversos municípios do interior do Brasil. Na Avenida Paulista, em São Paulo, nesta sexta (16 de julho), cerca de 5 mil sindicalistas, trabalhadores sem terra, sem teto e estudantes reivindicavam trabalho e exigiam mudanças na política econômica nacional em frente ao prédio da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) e do Banco Central. Os atos fazem parte da campanha da CMS O Brasil Quer Trabalhar, que já possui um calendário de mobilizações até dezembro.

Desde 1º de maio, os movimentos sociais ligados à CMS realizam o 1º Censo Social do Desempregado no Brasil. O objetivo é fazer um levantamento popular da situação do desemprego no país, diagnosticando a realidade política, social e econômica, para mobilizar a sociedade na luta por transformações na política econômica nacional. Com base nos dados, espera-se intervir nas esferas dos governos municipais, estaduais e federal.

A previsão é divulgar os resultados no dia 7 de setembro deste ano, durante as atividades do Grito dos Excluídos. Fazem parte da Coordenção dos Movimentos Sociais entidades como o MST, CUT (Central Única dos Trabalhadores), UNE (União Nacional dos Estudantes) e Unegro (União dos Negros pela Igualdade).

Leia abaixo a carta da Campanha pela Valorização do Trabalho da CMS

Carta Aberta à População
Chega de desemprego!
Campanha pela Valorização do Trabalho

A política econômica imposta nos últimos 10 anos, para aumentar o lucro das grandes empresas, principalmente as multinacionais, tornou o desemprego uma verdadeira tragédia social. Milhões de pessoas tem sido submetidas à humilhação e ao desespero pela falta de emprego e de salários dignos. Enquanto os patrões lucram bilhões, os trabalhadores desempregados são condenados a desesperança, o que faz crescer a miséria e a violência. Além disso, quanto maior é o desemprego, menor é o salário daqueles que ainda estão empregados.

Diante desta situação diversas entidades que compõem o movimento social brasileiro decidiram se unificar através da Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS), mobilizar suas bases e propor, aos trabalhadores desempregados, aos jovens das grandes e médias cidades que estão dispersos ou fazendo lutas isoladas, a construção de um movimento em todo o País, pela mudança da política econômica, por um novo projeto de desenvolvimento nacional, fundado na defesa da soberania, na valorização do trabalho, na distribuição de renda, na reforma agrária e em ampla inclusão social. Esse é o nosso desafio. Para exigir essas mudanças estamos realizando um cadastro de desempregados em todo o país e, nas capitais, grandes acampamentos para denunciar as verdadeiras causas do desemprego e anunciar nossas reivindicações e propostas.

Nossas Propostas

Mudar a Política Econômica e romper com o FMI
Deixar de repassar os bilhões de dólares para os banqueiros e especuladores financeiros, e investi-los na geração de empregos.
Reforma agrária
O assentamento de 400 mil famílias irá gerar cerca de 1,6 milhão de empregos.
Redução da jornada de trabalho
A redução da jornada de trabalho para 40 horas, sem reduzir salários, gera 1,8 milhão de empregos. Com o fim das horas extras e do banco de horas, o total seria 2,8 milhões.
Políticas públicas para a Juventude
Implantar políticas públicas para os jovens, assegurando direito à educação, ao esporte, à cultura e ao trabalho; por uma reforma universitária popular, pelo fim do vestibular.
Construção de moradias e Investimento em infra-estrutura
Por uma reforma urbana com Submissão do direito de propriedade à sua função social (cuidado e uso); desapropriação dos espaços ociosos e transformação em locais de moradia, renda, saúde, cultura e lazer
Aumento real do salário mínimo
Recompor o poder de compra das aposentadorias e pensões
Reduzir fortemente os juros para permitir desenvolvimento
Crédito popular
Medidas de Emergência
Criação de frentes de trabalho
Passe livre em transportes coletivos, para trabalhadores(as) desempregados(as) e estudantes
Isenção nas taxas de concursos.