Trabalhadores rurais Sem Terra estudam Pedagogia e Agronomia no Pará

Oitenta e cinco Sem Terra estudam em cursos superiores de Agronomia e Pedagogia por meio de parcerias do MST com a UFPA (Universidade Federal do Pará) e Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária). Os cursos integram o Pronera (Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária).

O curso de Pedagogia da Terra, encontra-se em sua sexta etapa que teve início em 2001, com 43 educandos provenientes do Pará, Maranhão, Tocantins, Ceará e Piauí. Esta fase começou em junho e se encerra em agosto.

As parcerias para formação em nível superior de educadores e educadoras do MST começaram a surgir em 1997, com um convênio entre o centro de formação Iterra (Instituto Técnico em Educação e Reforma Agrária) do MST e a Universidade Estadual de Ijuí (Unijuí), no Rio Grande do Sul). A partir de 2000 e 2001, os cursos de Pedagogia da Terra passaram a ser desenvolvido também na Universidade Federal do Espirito Santo (UFES), Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT) e UFPA. Está em andamento também a implantação na Universidade de São Paulo (USP).

Todos os cursos do MST, são reconhecidos pela legislação educacional e a formação é planejada e acompanhada em conjunto com as universidades. Os militantes estudam em pedagogia de alternância tempo escola – tempo comunidade. Por meio desta metodologia, o conteúdo é concentrado em etapas de aproximadamente vinte dias e os militantes voltam a cada período para suas regiões, onde desenvolvem trabalhos de base, estudos e não se desprendem de suas realidades.

Agronomia na Selva

Quarenta e dois trabalhadores rurais Sem Terra do Pará, Maranhão e Tocantins participam da primeira turma de Agronomia do MST do Pará. O objetivo do curso é trabalhar a profissionalização de militantes que já atuam no setor de produção do Movimento.

O curso com sede em Marabá, é coordenado pelo MST, UFPA e INCRA e está dividido em 19 etapas. São dez dedicadas ao estudo no campus da UFPA e nove nos trabalhos em acampamentos e assentamentos para a troca e aplicação da experiência adquirida.

Além das disciplinas da grade curricular convencional, os alunos trabalham, por meio de seminários, assuntos como a formação social, política e econômica do Brasil e da Amazônia. Bem como temáticas diferenciadas que o currículo convencional não contempla, como a agroecologia.

Curso de Letras para Sem Terra

O Movimento também negocia uma nova parceria para a criação do curso de Letras no estado. A perspectiva é que se consiga efetivar o mesmo ainda este ano.