Trabalhadores e trabalhadoras rurais acampam em frente ao Incra, no Ceará

Desde 21 de julho, cerca de 800 trabalhadoras e trabalhadores rurais de 22 acampamentos do MST no Ceará estão mobilizados em frente ao Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), no centro de Fortaleza. A principal reivindicação é cumprimento do PNRA (Plano Nacional da Reforma Agrária) com o assentamento imediato das 1.500 famílias que vivem sob lonas pretas no estado.

A mobilização faz parte da jornada de lutas que o Movimento realiza em diversos estados do país desde o dia 17 de julho deste ano, com o intuito de agilizar o cumprimento das políticas agrárias propostas pelos governos federal e estadual e de aumentar o diálogo com a sociedade sobre a Reforma Agrária e sua contribuição para o desenvolvimento social, econômico e cultural do Brasil.

“Estamos dispostos a permanecer o tempo que for para que nossa pauta de reivindicações seja atendida”, disse a agricultora Antônia Mara Marques, do acampamento Lênin Paz, na região de Pecém. Nos últimos dois anos, apenas 40 famílias foram assentadas no município de Monsenhor Taboza, interior do Ceará. Este ano, nenhuma família recebeu seu lote, apesar do PNRA prever o assentamento de 2 mil. Existem casos de acampamentos que existem há mais de seis anos, como o Antonio Conselheiro II, em Aracoiaba, sem que ainda nenhuma família tenha conquistado seu lote de terra.