Polícia Civil investiga emboscada contra MST

O delegado da Polícia Civil de Sandovalina, interior de São Paulo, Marcos Aquoti, abriu inquérito nessa segunda-feira (9) para investigar emboscada que teria sido armada contra cerca de 200 trabalhadores rurais Sem Terra do MST. O incidente ocorreu no final da tarde de sábado (7).

Segundo Aquoti, dois homens que prestam serviço para os donos da fazenda São Domingos são os principais suspeitos. Os nomes não foram divulgados. De acordo com ele, delegado o grupo de trabalhadores Sem Terra desocupava, por determinação da Justiça, a fazenda São Domingos quando tiros foram disparados, gerando tumulto. Ninguém ficou ferido ou foi preso pela polícia. “O juiz concedeu a reintegração de posse e os Sem Terra estavam saindo pacificamente do acampamento e partindo para uma outra área. Durante esse deslocamento teriam sido efetuados disparos de arma de fogo”, explicou o delegado.

Os dois suspeitos passaram por exames residuográficos, que indicarão se eles usaram armas de fogo. O delegado disse que o resultado deve ser conhecido ainda nesta semana. Com base nesse resultado, serão direcionadas as investigações. No local, a Polícia Militar achou cápsulas deflagradas de espingarda calibre 32 e revólver 38. A segurança foi reforçada. Cinco policiais, utilizando dois carros, se revezam no patrulhamento.

As trabalhadoras e trabalhares rurais permanecem acampados no assentamento Bom Pastor, vizinho à fazenda, em um lote cedido por um assentado até a solução do caso. Fátima Sebastião, assentada no município explica que os conflitos na área, que já foi vistoriada e considerada improdutiva pelo Incra, se estendem há muito tempo. “Há sete anos, houve outro tiroteio dos jagunços da fazenda São Domingos depois de uma grande ocupação que fizemos. Sete Sem Terra ficaram feridos”, explicou Fátima.