Camponesas levantam suas bandeiras de luta em todo o país

Organizadas pelo MMC (Movimento das Mulheres Camponesas do Brasil), trabalhadoras rurais de 15 estados realizam mobilizações hoje (12). A data marca a resistência da luta das mulheres pela Reforma Agrária. Há 21 anos, em Alagoa Grande, Paraíba, a líder sindical Margarida Maria Alves foi assassinada a mando de fazendeiros por defender os direitos dos trabalhadores rurais e o registro dos cortadores de cana em carteira. O crime continua impune.

Os eixos das mobilizações nacionais são o reconhecimento do trabalho social, cultural e econômico das camponesas; efetivação da linha de crédito especial para as mulheres; garantia dos direitos já conquistados pelos trabalhadores e trabalhadoras rurais; implantação de políticas públicas para combater a violência contra a mulher e a população rural, além de uma ampla campanha para a documentação das camponesas.

Em Santa Catarina, 1.500 camponesas realizam mobilizações desde às 9h em 10 municípios: Chapecó, Concórdia, Dionísio Cerqueira, Irati, Joaçaba, Lages, Pinhalzinho, São Miguel do Oeste, Urussanga, Xanxerê. Atos de protesto e marchas acontecem também em Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul, Espírito Santo, Alagoas, Bahia, Sergipe, Paraíba, Maranhão, Pará, Roraima, Amazonas, Acre, Paraná e Minas Gerais.

Em Brasília, um grupo de dirigentes do MMC participa de audiências no Ministério do Desenvolvimento Agrário, a partir das 11h, e na Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, às 15h. As reuniões têm o objetivo de avaliar as ações do governo federal e propor políticas para o setor. O Movimento denuncia a impunidade dos crimes e os diversos tipos de violência contra as trabalhadoras e trabalhadores rurais, como a violência física, cultural e econômica.