Sem Terra ocupam praças de pedágio para negociar assentamento de famílias

Em 11 de agosto, 600 famílias do MST do Paraná acampadas na fazenda Campo Real, município de Candói e 500 famílias acampadas no Complexo Cajatí, em Cascavel, ocuparam duas praças de pedágio próximas às fazendas. O objetivo da mobilização é exigir a presença do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) nas áreas ocupadas para negociar o assentamento das famílias.

Na tarde de ontem (11), quando o superintende do Incra no Paraná, Celso Lisboa de Lacerda, se comprometeu a comparecer, hoje (12) na fazenda Campo Real para negociar a desapropriação das áreas que estavam em processo de reintegração de posse, os Sem Terra deixaram as duas praças de pedágio e voltaram para os acampamentos.

O governo do estado informou hoje (12) que, a pedido de Lacerda, a secretaria de Segurança Pública do Paraná suspendeu a reintegração de posse das duas fazendas que já foram vistoriadas e consideradas improdutivas. “Lacerda pediu que suspendêssemos o processo de desocupação porque garantiu que existe possibilidade real de uso das áreas para Reforma Agrária”, informou o secretário de Segurança Pública, Luiz Fernando Delazari.

Há dois dias, durante audiência com o MST e o governo do estado, o presidente nacional do Incra, Rolf Hackbart já havia garantido a liberação de recursos para a desapropriação de várias áreas e o assentamento das famílias acampadas no Paraná.

Na Campo Real existem mil famílias acampadas, em uma área total de 6.121 hectares. Do Complexo Cajatí o Movimento reivindica 6 mil hectares, correspondentes à fazenda São Domingos, para o assentamento das 1.400 famílias lá acampadas. Em todo estado, são 15 mil famílias vivendo sob lonas pretas à espera da Reforma Agrária.