MST “ocupa” Ministério da Cultura com Mostra de Cultura camponesa

Uma apresentação da mística do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), feita por um grupo do acampamento Gabriela Monteiro, no Distrito Federal, marcou nesta segunda-feira (23/8), pela manhã, no Ministério da Cultura, em Brasília, o início da solenidade de abertura da Mostra História e Cultura MST no MinC. O Objetivo é mostrar para a sociedade um outro olhar frente à Reforma Agrária, valorizando a produção cultural do camponês.

“Esse é um momento de mudança histórica no nosso país”, disse com entusiasmo o coordenador nacional do MST, João Paulo Rodrigues, presente ao evento. “Hoje podemos sair do campo para participar, dentro do prédio do MinC, de uma mostra cultural”, observou o coordenador. Segundo ele, faz parte dos desafios do MST libertar por meio da educação e da cultura cada um dos integrantes dos assentamentos e dos acampamentos.

O coordenador do MST sentou-se à mesa junto do secretário da Identidade e da Diversidade Cultural do MinC, Sérgio Mamberti; da coordenadora de Projetos da Associação Nacional de Cooperação Agrícola (Anca), Evelaine Martines; do coordenador de Produções da Fundação Cultural Palmares, Cleosmar Fernandes; e do secretário substituto da Identidade e da Diversidade Cultural, Ricardo Lima.

Em sua fala, Sérgio Mamberti ressaltou que “o governo Lula não trata a Cultura sob conceitos estritamente acadêmicos, restritivos e elitistas. Temos caminhado no sentido de promover a diversidade cultural mediante o apoio à desconcentração de recursos para a área cultural, o incentivo às manifestações culturais em todo o território nacional, assim como o processo de regionalização dos conteúdos dos meios de comunicação”.

Para o secretário, a Mostra História e Cultura do MST no MinC é a ponta de lança do projeto Rede Cultural da Terra, cujo lançamento oficial vai se dar na Segunda Semana Nacional da Cultura e Reforma Agrária, a se realizar no Recife, entre 3 e 7 de novembro.

De acordo com Mamberti, “a cultura deve ser entendida como fator de desenvolvimento, pois está estreitamente ligada aos processos de criação e da existência de uma sociedade democrática e da coesão social”.

Um depoimento emocionado veio da coordenadora Evelaine Martines. Ela disse que a Anca é uma organização que nasceu para fortalecer a cultura do campo, uma cultura marcada por lutas. “Queremos continuar na roça, mas lá podemos ter cinema, teatro, biblioteca. Queremos poder contar nossa história, fortalecer nossa identidade e ser os protagonistas de uma história, não apenas meros espectadores. Desde que o Movimento nasceu ele produz cultura através da luta, das ocupações, de cantorias e
poesias e das artes plásticas. Através da linguagem da arte se fortalece a identidade cultural do camponês”, enfatizou.

A exposição é organizada pela Secretaria da Identidade e da Diversidade Cultural e pela Anca, com o apoio da Fundação Cultural Palmares. Compõem a mostra belos painéis fotográficos de grupos artísticos do campo, feira de produtos da Reforma Agrária, mostra de vídeo e apresentações teatrais – tudo relacionado à cultura do meio rural.

A exposição acontece até o dia 27 de agosto, no Complexo Cultural do Ministério da Cultura.

Com informações da Comunicação Social do Ministério da Cultura