Militarização no campo preocupa paraguaios

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Militarização do campo preocupa paraguaios

10/11/2004

Fonte: Adital

Os conflitos entre agricultores, criadores de gado e governo no campo paraguaio se intensificam após a recente morte de camponês na semana passada em General Resquín, departamento de San Pedro, durante a série de expulsões autorizadas pelo presidente Nicanor Duarte, atendendo a pedidos da Associação Rural do Paraguai.

Apesar da iniciativa governamental de processar 1.500 camponeses e deter 190, os trabalhadores rurais prometem que as ocupações vão prosseguir. Em carta ao Congresso Nacional, os trabalhadores rurais repudiam as declarações presidenciais de que pretende lançar mão de militares nas ruas e no campo para acabar com as ocupações.

Outra linha de ação dos camponeses será a denúncia da militarização do campo paraguaio perante a comunidade internacional. A Frente Nacional de Luta pela Soberania e a Vida deverá apresentar amanhã, dia 10, denúncia por violação dos direitos humanos e a violência no campo ao Parlatino (Parlamento Latino-americano) e à Organização Interamericana de Direitos Humanos.

No entanto, a maior iniciativa da Frente Nacional promete ser a paralisação geral marcada para a próxima terça-feira, dia 17. Na ocasião, deve acontecer bloqueios de estradas e mobilizações em todo o país. De acordo com Luis Aguayo, dirigente da Mesa Coordenadora Nacional de Organizações Camponesas (MCNOC) e integrante da Frente Nacional, a paralisação é uma necessidade urgente para conter a repressão ao movimento camponês, evidenciada no caso ocorrido neste final de semana, quando organizadores do ato do dia 17 no departamento de Guairá foram hostilizados por militares.