Trabalhadores escravos são libertados, mas falta punição aos responsáveis

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Trabalhadores escravos são libertados, mas falta punição aos responsáveis

10/01/2005

Apesar das denúncias, os proprietários de imóveis com trabalhadores escravos não são punidos. A opinião é do presidente da Comissão Pastoral da Terra, Dom Tomás Balduíno. Para ele, os esforços do Ministério do Trabalho e da Polícia Federal em libertar os trabalhadores têm avançado principalmente com a conscientização da sociedade civil. Mas ainda falta vontade política do governo para que as devidas punições sejam aplicadas.

“Essa punição que ficou dependendo do Congresso para confisco da terra onde haja trabalho escravo não progrediu. E nesse sentido se faz a crítica ao Lula e ao governo por não ter feito o esforço necessário, com a força que ele tem no Congresso, para que isso se efetivasse. A solução concreta e definitiva seria o confisco”, afirmou Balduíno.

Nesta semana, o Ministério do Trabalho divulgou uma lista com 163 nomes de proprietários de terras onde a equipe do governo libertou trabalhadores em regime de escravidão. Só em 2004, foram mais de 3 mil pessoas. O Pará foi o estado com maior incidência de casos. Agora, o Incra deve reivindicar os imóveis autuados para fins de reforma agrária. Mas, segundo Dom Tomás Balduíno, até hoje nenhuma dessas terras foi desapropriada pela Justiça.