Acusados da chacina de Felisburgo têm prisão decretada

Em 18 de abril, o Ministério Público entrou com novo pedido de prisão preventiva dos acusados da chacina de Felisburgo, Adriano Chafik Luedy, Francisco de Assis Rodrigues de Oliveira, Milton Francisco de Souza e Admilson Rodrigues Lima.

A chacina ocorreu em 20 de novembro de 2004, quando cinco trabalhadores Sem Terra foram assassinados e 20 ficaram feridos.

Chafik e seu primo Carlixto Luedy Filho coordenaram os cerca de 18 pistoleiros fortemente armados que participaram da ação no acampamento Terra Prometida Além dos disparos, os pistoleiros atearam fogo nas barracas dos acampados. As cem famílias Sem Terra estavam desde 1º de maio de 2002 na Fazenda Nova Alegria, já considerada área devoluta e destinada para fim de Reforma Agrária.

Até o momento, dos 15 indiciados pelo chacina somente um está preso, Washington Agostinho da Silva. Os demais obtiveram habeas corpus e permanecem em liberdade. Após a soltura dos presos, os trabalhadores rurais Sem Terra de Felisburgo já lavraram boletins de ocorrência na delegacia local indicando a retomada das ameaças contra eles.

O latifundiário Adriano Chafik Luedy, obteve seu habeas corpus em 7 de abril no Supremo Tribunal de Justiça, após o Tribunal de Justiça de Minas Gerais ter negado o pedido e o Ministério Público ter opinado pela não concessão do habeas corpus. O STJ alegou não haver fatos concretos que justificassem a prisão de Chafik. Os outros 3 pistoleiros tiveram liberdade provisória decretada em 29 de dezembro de 2004.

Segundo a decisão de Armando Ghedini Neto, da Justiça de 1ª Instância, “as pessoas da região se sentem aterrorizadas e revoltadas com a forma com que a violência atingia até mesmo o interior do Estado. O motivo do crime também é causa de revolta. Percebe-se na região a forte inquietude da população que se abalou profundamente com morte causadas. A liberdade de uma pessoa nestas condições causaria um forte sentimento de impunidade e de insegurança, fazendo com que as pessoas corretas pertença a confiança nos órgãos Públicos”.