Frei Henri é homenageado pela Câmara de Xinguara

Frei Henri des Roziers, integrante da Comissão Pastoral da Terra (CPT) será homenageado hoje na Câmara de Vereadores de Xinguara (PA). O religioso francês milita nas trincheiras da Reforma Agrária, meio ambiente e contra o trabalho escravo desde 1979, nas regiões sul e sudeste paraense.

A atuação já lhe rendeu prêmios nacionais e internacionais, mas também muitos inimigos. Frei Henri está ameaçado pelos fazendeiros da região. Uma carta exigindo mudanças em seu comportamento e insinuando ameaças à CPT foi encaminhada dia 26 de abril pelo Sindicato Rural de Xinguara, que representa os proprietários de terra do município. O documento afirma que “o radicalismo da CPT de Xinguara está conduzindo os produtores rurais a uma situação delicada, de revolta e insatisfação, e caso não haja mudanças naquele comportamento, poderá advir confrontos de dimensões desagradáveis”. Até o fechamento desta matéria, a reportagem não havia conseguido localizar os dirigentes do Sindicato Rural de Xinguara.

“Isso demonstra articulação deles [ruralistas] e seus elementos perigosos para elaborar estratégia deles contra a ocupação do MST e também contra nós da CPT”, afirmou frei Henri nessa semana.
O MST ocupou um pequeno trecho da fazenda Rio Vermelho (PA), em março, o que teria intensificado os conflitos com os latifundiários. A família Quagliato, cujos membros são conhecidos como “reis do gado” devido ao tamanho do rebanho, reivindicam a propriedade da área. De acordo com o Frei Henri, o Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra) conseguiu provar que a família havia se apropriado indevidamente de milhares de hectares de terras da União em Xinguara.