Ocupações no Pontal do Paranapanema denunciam descaso com Sem Terra

Nessa madrugada, cerca de 280 trabalhadores e trabalhadoras Sem Terra fizeram duas ocupações na região do Pontal do Paranapanema, extremo oeste de São Paulo. As ações aconteceram na fazenda Guarani, município de Presidente Bernardes e na fazenda São João, em Teodoro Sampaio.

O objetivo das ações é denunciar as más condições de vida dos acampados da região, que estão passando fome pela falta de assistência por parte dos governos estadual e federal. Eles reivindicam também mais agilidade na arrecadação de terras para Reforma Agrária.

Segundo a coordenação regional do MST, as áreas permanecerão ocupadas até que as autoridades se comprometam a trabalhar pela mudança das condições das famílias Sem Terra. A fazenda Guarani foi ocupada pela décima vez e a São João pela terceira.

Na manhã de hoje, em audiência com o MST, representantes do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) se comprometeram a agilizar a desapropriação da fazenda Santa Luzia, que já foi inclusive adquirida e aguarda há um ano e quatro meses que o processo de assentamento seja iniciado. Durante o governo de Geraldo Alckmin (PSDB), nenhuma área na região do Pontal do Paranapanema foi desapropriada para fins de Reforma Agrária. Algumas famílias foram assentadas em lotes vazios. O último assentamento data de 2000 e saiu por conta de um acordo com o governador Mario Covas. Existem 800 famílias ligadas ao MST acampadas na região atualmente.