Para CPT, mobilização dos movimentos sociais é fruto da lentidão na Reforma Agrária

A Comissão Pastoral da Terra divulgou nota hoje sobre o ato do Movimento pela Libertação dos Sem-Terra (MLST) na Câmara dos Deputados. “A CPT sempre esteve e está ao lado dos trabalhadores e defende o direito de se manifestarem, mas lastima muito que a situação tenha chegado ao ponto que chegou, inclusive com agressões físicas aos servidores públicos”, diz o texto.

A entidade diz que compreende a indignação dos sem-terra, apesar de não concordar com as formas utilizadas para expressar as reivindicações. “De fato, o que pensar de um Congresso que na votação do relatório final da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) sobre a terra rejeita o relatório oficial e aprova um substitutivo que, entre outras barbaridades, propõe que as ocupações de terra sejam tipificadas como crime hediondo e ato terrorista e, ainda, coloca os trabalhadores, vítimas da violência no campo, como responsáveis pela mesma?” , questionam os integrantes da CPT, relembrando ainda os escândalos de corrupção e absolvição dos envolvidos no “mensalão”.

A lentidão na Reforma Agrária, inclusive em terras onde há trabalho escravo, também é uma das causas apontadas pela entidade para a mobilização constante dos movimentos sociais. “Como ficar em silêncio quando ficam durante anos engavetados, mostrando o pouco ou nenhum interesse em enfrentar tamanha chaga social de nosso país?”

“A CPT espera que o episódio desta terça-feira ajude a que nossas autoridades abram os olhos diante da realidade sofrida do povo e se empenhe na busca de soluções eficazes e rápidas para poder atender as mais que legítimas aspirações de nosso povo. Espera também que a situação dos presos do MLST seja encaminhada com celeridade e se lhe dêem todos os benefícios previstos em lei, mas que costumeiramente são negados aos trabalhadores”, conclui.