Mobilização conquista cestas básicas, mas Estado não atende escolas

A mobilização de famílias Sem Terra acampadas no Rio Grande do Sul no dia 12 de julho, com trancamento de rodovias e ocupação do prédio da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), conquistou a liberação emergencial de 1.200 cestas básicas. A quantidade é insuficiente para atender as 2.500 famílias acampadas no estado, mas o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) se comprometeu a regularizar a remessa de cestas básicas já no próximo mês.

“Preferíamos conquistar a terra para produzir alimento do que lutar por cestas básicas, mas como o processo de Reforma Agrária continua lento e a situação nos acampamentos é precária, a solução emergencial resolve por hora”, afirmou Mauro Cibulsky, da coordenação estadual do MST. Em audiência no final da manhã, o Incra também reafirmou seu compromisso com a meta de assentamentos para este ano.

No entanto, outro ponto de reivindicação das famílias permanece sem solução: a liberação de recursos para as escolas nos acampamentos. São nove escolas e mais de 300 crianças que não recebem suporte do governo do Rio Grande do Sul desde outubro do ano passado. Convocado para a audiência, o Estado não se pronunciou sobre o tema.

Durante a manhã, quatro rodovias foram interditadas pelas famílias acampadas em Santana do Livramento, Sentinela do Sul, Nova Santa Rita e Arroio dos Ratos. As rodovias foram liberadas no início da tarde após os resultados da audiência.