Povos indígenas da América do Sul se unem para reivindicar sua autonomia

Com informações da Minga Informativa

As principais organizações indígenas da América do Sul iniciaram um longo percurso de volta pelos caminhos de seus ancestrais até o centro do mundo, em Cuzco, no Peru, para participar do I Congresso da Coordenação Andina de Organizações Indígenas. O encontro começa no próximo sábado (15/07) com uma cerimônia em Sacsayhuamán, antigo santuário inca.

Segundo a comissão organizadora, estão confirmadas delegações da Organização Nacional Indígena da Argentina (ONPIA), da Coordenação de Identidades Territoriais Mapuches (CITEM), da Organização Nacional Indígena da Colômbia (ONIC), do Conselho de Ayllus e Markas de Oullasuyu (Conamaq), da Confederação dos Povos de Nacionalidade Kichwa de Equador (Ecuarunari), da Confederação Nacional de Comunidades do Peru Afetadas pela Mineração (Conacami), da Confederação Camponesa do Peru (CCP), da Confederação Nacional Agrária do Peru (CNA), do Conselho Indígena da América Central (Cica) e da Coordenação Nacional Indígena e Camponesa da Guatemala (Conic).

“A cada dia cresce a exigência de respeito aos direitos humanos dos povos indígenas em todo o mundo. As lutas persistem com levantes e mobilizações. Hoje não temos dúvida da necessidade de coordenar nossos esforços pela unidade e fundar a Coordenação Andina das Organizações Indígenas, para que a luta se torne mais dinâmica na América Latina e no mundo”, afirmou Luis Evelis Andrade Casama, presidente da ONIC.

O congresso de fundação da Coordenação Andina acontece na Universidade Nacional de San Antonio Abad e será aberto por Blanca Chancoso, líder indígena e integrante da Ecuarunari, e Boaventura de Sousa Santos, professor da Universidade de Coimba, em Portugal.

Para Bladimir Paniecura Quirilao, porta-voz da delegação mapuche, “o congresso vem consagrar a união dos povos originários da América do Sul. Esperamos que esta seja uma instância para elaborar políticas públicas para a inclusão dos indígenas, onde o mais importante é conseguir espaço para a autonomia dos povos originários”.

“Esse será um evento histórico. O nascimento da Coordenação Andina significa que no século 21 os povos indígenas serão protagonistas de propostas e mudanças estruturais nos seus países. Vamos responder a toda a forma de imposição e exclusão que sofremos como povos originários. Queremos que os maus governos nos devolvam a administração de nossos povos”, afirmou Miguel Palacin, presidente da Conacami e organizador do encontro.