Via Campesina faz mobilização contra liberalização do comércio e privatizações

Em 10 de setembro de 2003, o líder camponês coreano Lee Kyung Hae se imolou durante um protesto contra a Organização Mundial do Comércio em Cancún, no México, rodeado por milhares de manifestantes. Enquanto morria, ele sustentou uma bandeira que dizia: “A OMC mata os camponeses!”. Desde então, a cada ano a Via Campesina celebra essa data como o dia internacional de luta contra a OMC e o neoliberalismo.

Esse ano, no final de julho, sob pressão dos movimentos sociais e devido à resistência de uma grande quantidade de governos contra as demandas excessivas da União Européia e dos Estados Unidos, as negociações da OMC fracassaram novamente. Integrantes da Via Campesina, camponeses e camponesas de todo o mundo, celebraram em Genebra, na Suíça, com pescadores e outros movimentos sociais em julho de 2006. A avaliação é que a instituição entrou em um período de hibernação indeterminado.

“O fracasso nas negociações da OMC é uma boa notícia para os povos e os movimentos que há anos se opõem as suas políticas. Também é uma oportunidade de propor nossa agenda alternativa. Ao mesmo tempo, temos que dar mais atenção aos acordos de livre comércio negociados entre os países e regiões. Eles impõem a mesma política da OMC”, divulgou em nota a Via Campesina.

Nesse mês, uma série de protestos e mobilizações contra as reuniões do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional acontecem em Singapura entre os dias 11 e 20 de setembro. Para a Via Campesina, o Banco Mundial e o FMI também impõem políticas neoliberais como privatizações e a liberalização do comércio.