Estudantes protestam contra aumento da passagem em SP

Com informações do Centro de Mídia Independente

“Poeira, marteladas e barulho acabaram. No lugar dos operários, homens e mulheres bem vestidos e com a aparência favorecida em todos os aspectos, voltam a circular pelas calçadas da rua Oscar Freire”. Com essas palavras, a Prefeitura de São Paulo anunciou a reinauguração de um dos pincipais centros de comércio de luxo na cidade, a rua Oscar Freire. A comemoração aconteceu no último domingo (10/12), após meses de uma reforma que custou R$ 4,5 milhões aos cofres públicos.

Durante a inauguração, estudantes mobilizados na Frente de Luta contra o Aumento da passagem de ônibus realizaram um protesto. Os manifestantes levaram cartazes que lembravam os trabalhadores, com dizeres como “os operários que reformaram esta rua não podem pagar o ônibus” e “esta rua é símbolo da desigualdade social”,entre outros.

Eles também questionaram o prefeito da cidade, Gilberto Kassab (PFL), que estava presente no ato. Enquanto o governo municipal deu R$4,5 milhões para a obra, os subsídios às tarifas de ônibus foram drasticamente reduzidos. O corte gerou um aumento das tarifas em 01 de dezembro. A taxa, que era de R$2,00, subiu para R$2,30.

Kassab, que estava acompanhado de seu secretário da Coordenação de Subprefeituras, Andrea Matarazzo, se recusou comentar o protesto e deixou o local rapidamente.

“Conseguimos chamar a atenção e colocar o aumento da tarifa mais uma vez em pauta. Além disso, colocamos o questionamento da desigualdade social que existe e da posição política real assumida pela Prefeitura, que gasta milhões na reforma de uma rua freqüentada pela elite e diminui o subsídio do transporte coletivo”, afirmou Camila Gomes, que participou do ato. Essa é a quarta semana consecutiva de protestos na capital paulista.