Indígenas Tupinikim e Guarani ocupam porto da Aracruz Celulose

Na manhã de hoje, cerca de 200 indígenas Tupinikim e Guarani do município de Aracruz (ES) ocuparam o porto da empresa Aracruz Celulose, no rio Riacho. O objetivo da mobilização é pressionar o governo federal para que cumpra seu dever constitucional e demarque as terras tradicionais desses povos. No total, são 11.009 hectares de terras invadidos pela empresa Aracruz Celulose. Diversas entidades e movimentos sociais apóiam a ação, inclusive o MST.

Desde 12 de setembro de 2006, o processo das terras Tupinikim e Guarani encontra-se no Ministério da Justiça com um parecer da Funai (Fundação Nacional do Índio) favorável à demarcação. No entanto, apesar do ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, ter prometido emitir a Portaria de Delimitação das terras até o mês de agosto e a homologá-las até o fim do ano, o processo não avançou. O compromisso foi estabelecido em uma reunião pública realizada no mês de fevereiro deste ano na Assembléia Legislativa do estado.

Para a Comissão de Caciques e Lideranças Tupinikim e Guarani, diante desse quadro de paralisia, as mobilizações indígenas são essenciais para que se cumpram os prazos.

Grupos de apoio da luta indígena na Alemanha, Holanda, Estados Unidos e Noruega também realizam manifestações hoje nas representações embaixadas e consulados brasileiros para que as terras de Aracruz sejam demarcadas.