Decisão judicial determina reflorestamento de terra tradicional dos Xavantes

Por Juliane Sacerdote
Da Agência Brasil

A decisão judicial que devolveu aos índios Xavante a terra Marãiwatséde, em Mato Grosso, também prevê que os atuais ocupantes reflorestem os 160 mil hectares que estejam devastados. A área foi usada durante 40 anos para as atividades de agricultura e pecuária e hoje está “bastante devastada”, segundo o coordenador do Programa Xavante e administrador da Fundação Nacional do Índio (Funai) em Goiânia, Edson Beirez.

“Agora, os índios vão poder retomar suas atividades, como plantar, caçar, fazer os rituais e festas tradicionais. Mas, infelizmente, a área está bastante devastada pela agricultura e pecuária realizadas ao longo desse tempo. Os rios estão contaminados por defensivos agrícolas. É preciso fazer um trabalho cuidadoso e de longo prazo para recuperarmos essa área, para que os índios possam viver de forma digna”, afirmou Beirez, em entrevista à Agência Brasil.

O presidente da Funai, Mércio Pereira Gomes, dissei que o reflorestamento, por parte dos fazendeiros, pode demorar muito ou também não acontecer, por isso, a Funai vai buscar recursos em grupos internacionais dispostos a ajudar no reflorestamento dessa mata.

“Vamos trabalhar para obter recursos para reflorestar, vamos obter recursos de fora. Os índios estão dispostos a trabalhar cinco, dez anos no reflorestamento de suas terras. Está previsto na decisão que os posseiros têm que reflorestar, mas isso é difícil de acontecer, não vamos esperar que eles venham reflorestar”, acrescentou o presidente da Funai.