Entidades protestam contra a truculência da Polícia Militar do Ceará

As demais regiões do país assistiram com assombro, na noite de terça-feira, 6 de fevereiro, pela televisão, o brutal ataque da PM cearense a vigilantes que estão em greve. Para acabar com uma manifestação pacífica diante de uma agência do Banco do Brasil em Fortaleza, a polícia utilizou bombas de efeito moral, balas de borracha e cassetetes.

Em nota divulgada ontem, 7 de fevereiro, a CUT pede a apuração das responsabilidades, punição correspondente e abertura de negociações. O saldo da intervenção violenta da PM foi de vários sindicalistas feridos por balas de borracha, sendo que um deles em estado de coma. Clientes do banco também foram atingidos.

O Sindicato dos Vigilantes, filiado à CUT, informa que o ataque foi gratuito, já que os manifestantes não esboçaram nenhum gesto de desafio ou reação. O presidente da entidade, Geraldo Cunha, recupera-se de um tiro de borracha na nuca, mas está fora de perigo.

Há aproximadamente 10 mil vigilantes em Fortaleza. O piso salarial é de R$ 550. O teto, R$ 690. A greve começou em 1º de fevereiro, para reivindicar aumento real de 10%, adicional de risco de vida e plano de saúde. Segundo o sindicato, os patrões não abriram negociações. O governador recém-eleito, Cid Gomes (PSB), que recebeu apoio dos movimentos sociais nas últimas eleições, ainda não se pronunciou sobre o episódio.

Fonte: SINPAF www.sinpaf.org.br