Trabalhadores urbanos são assentados em Bagé (RS)

Luiz Renato Almeida
Agência Chasque

O nome do assentamento faz referência à data em que as famílias decidiram acampar a beira da estrada, para lutar pela terra, no ano de 2001. Em outubro de 2004, elas conquistaram o assentamento, mas viveram mais de dois anos em barracos de lona improvisados. Agora, com a construção das moradias, elas realizam a inauguração oficial do assentamento.

De acordo com o integrante do MTD, Wagner Meira, assentado no local, o projeto vai buscar consorciar o trabalho rural com o urbano, daí a ser chamado de assentamento “rururbano”.
“O assentamento rururbano se caracteriza por ficar próximo dos grandes centros. A idéia é a produção de hortigranjeiros e a criação de pequenos animais para o auto-consumo. E também, conseguindo produzir excedente, viabilizar centros consumidores, nos locais próximos ao assentamento”, diz.

Organizando trabalhadores urbanos, o Movimento procura realizar oficinas de capacitação, que facilitem o futuro trabalho na terra. “O fato de a gente trabalhar com um público mais urbano é um desafio grande para o MTD. Até mesmo porque as pessoas urbanas não têm a vocação para a produção na terra. Então, é um processo que procuramos trabalhar nos acampamentos, com oficinas de produção, de viabilização técnica, para quando a gente conseguir chegar na terra, ter alguma habilidade nesta nova atividade”, afirma Wagner.

O Assentamento 21 de Julho foi concretizado por meio de uma parceria entre a Prefeitura de Bagé e o Ministério do Desenvolvimento Agrário. Os próprios beneficiados construíram as dez casas em regime de mutirão, com recursos da Caixa Econômica Federal.